• 21-11-2024

Provas estavam marcadas para domingo (5); ao menos 37 pessoas morreram e mais de 70 estão desaparecidas no Estado

O governo decidiu adiar o primeiro Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), que ficou conhecido como "Enem dos Concursos", devido ao desastre causado pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Ao menos 37 pessoas morreram e mais de 70 estão desaparecidas no Estado. As provas estavam marcadas para domingo (5).

 

A informação foi confirmada ao Estadão/Broadcast por integrantes do governo e o anúncio da decisão foi feito pela ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, em declaração à imprensa no Palácio do Planalto, ainda nesta sexta-feira (3). Não há nova data para a aplicação das provas, o que deve ser decidido nas próximas semanas, de acordo com a organização logística, disse a ministra.

 

"Nosso objetivo é buscar garantir a integrante dos participantes, inclusive a integridade física nas regiões onde seria impossível o deslocamento, preservar vidas e garantir segurança jurídica ao concurso", afirmou Esther. "Essa é a solução mais segura para todos os candidatos no Brasil."

 

Na última quinta-feira, (2), o Ministério da Gestão havia confirmado a realização do exame, mesmo com a situação de calamidade pública na região. De acordo com o governo, porém, a situação no Rio Grande do Sul se agravou e impossibilitou a realização de provas. O número de municípios afetados, por exemplo, aumentou de 154 para 235 de um dia para outro. Os bloqueios em estradas cresceram de 149 para 185.

 

CNU teve 2,1 milhões de inscritos. O ministro da Secretaria de ComunicaçãoPaulo Pimenta, disse mais cedo que eventual adiamento das provas custaria R$ 50 milhões. Pimenta afirmou que o governo avaliava como dar segurança jurídica a qualquer medida para facilitar a participação de pessoas afetadas pelas chuvas em solo gaúcho no concurso.

 

"A garantia é que ninguém no Estado do Rio Grande do Sul será prejudicado, ninguém será impedido de participar do concurso. Se não puder fazer a prova no domingo, vamos ter que construir outra alternativa", disse Pimenta no programa Bom Dia, Ministro, da EBC.

 

O que vai acontecer com as provas e com os candidatos do concurso?

 

Na coletiva de imprensa, a ministra da Gestão disse que o objetivo é aplicar a mesma prova, ou seja, com o mesmo conteúdo, na nova data. Os papéis já tinham sido encaminhados para 65% das cidades onde o concurso vai ser realizado. O governo prometeu coletar essas provas e mantê-las em locais seguros monitorados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

 

Ministério da Gestão gastou R$ 160 milhões com a contratação da Fundação Cesgranrio, banca que formulou e vai aplicar as provas. O custo deve aumentar com o adiamento da prova. A ministra, no entanto, disse que é impossível prever qual será o aumento de despesas nesse momento. De qualquer forma, o dinheiro vai sair do Orçamento da União.

 

Ainda será preciso verificar se todos os locais de prova estarão disponíveis em uma nova data, se as pessoas contratadas para dar apoio e fiscalizar o processo poderão trabalhar em outro dia e se realmente a prova aplicada será a mesma. Por essas razões, é impossível marcar a nova data neste momento para a realização do concurso, disse Esther.

 

O Ministério da Gestão, a Advocacia-Geral da União, a Defensoria Pública da União e a Procuradoria do Estado do Rio Grande do Sul assinaram um termo de acordo com o adiamento da prova.

 

Redação Africanize

Redação do Africanize