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A primeira Promotora de Justiça quilombola do país é comprometida com a igualdade e justiça social
Determinação, resiliência e força , essas são as palavras que movem a vida de Karoline Bezerra Maia , a mulher que fez história e se tornou a primeira Promotora de Justiça Quilombola do país .
Pioneira da família a ingressar e concluir a faculdade, Karoline nasceu na comunidade quilombola de Jataí , em Monção , Maranhão . A paixão pelo direito a fez enfrentar todas as dificuldades que a vida colocou na frente, e, depois de tempos, colher os frutos.
Para alcançar o feito, ela equilibrava entre o trabalho em um escritório de advocacia e os estudos para a preparação para um concurso público. “Que eu seja a primeira de outras que virão e seja um instrumento de transformação social” , disse a promotora.
Filha de pais analfabetos , Karoline sabia que a educação poderia fazer a família mudar de vida.
Mesmo com muitas dificuldades, os pais da jovem promotora sempre investiram bastante na educação da filha, que é a caçula entre seis irmãos. Ela foi superando, obstáculo por obstáculo, até se tornar um grande nome do Direito no país.
Para Karoline , a maior motivação que teve todo esse tempo foi a vontade de garantir a igualdade e justiça social para os que vivem em situação de vulnerabilidade .
Quando, em plena pandemia de covid-19, Erozino Boaventura Maia, pai de Karoline , faleceu no hospital depois de uma crise de diverticulite, ele a fez prometer uma coisa: que seguiria com os estudos.
O momento foi difícil, mas ela concentrou toda a gana que sobrava na profissão de “ concurseira ”.
Karoline tinha que se dividir em duas jornadas. Trabalhava em um escritório de advocacia e estudava para concursos públicos .
Ela ainda contou com a ajuda do Projeto Identidade da ANPR , a Associação Nacional dos Procuradores da República, que selecionou cem estudantes no Brasil e os financiou com um valor de R$ 2,5 mil por mês.
E a jovem fez história em cima da própria história. Passou no concurso do Ministério Público do Pará , e se tornou a primeira Quilombola a ser promotora do país .
Agora, quer ser exemplo para que muitos outros não desistam, mesmo com todas as adversidades.
“Essa nomeação não apenas reconhece sua competência profissional, mas também representa um avanço significativo na representatividade e na inclusão dentro do sistema jurídico brasileiro” , disse a ABPN em comunicado.
Redação do Africanize
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