• 05-10-2024

A primeira Promotora de Justiça quilombola do país é comprometida com a igualdade e justiça social

Determinação, resiliência e força , essas são as palavras que movem a vida de  Karoline Bezerra Maia , a mulher que fez história e se tornou a  primeira Promotora de Justiça Quilombola do país . 

 

Pioneira da família a ingressar e concluir a faculdade,  Karoline  nasceu na  comunidade quilombola  de  Jataí , em  Monção Maranhão . A paixão pelo direito a fez enfrentar todas as dificuldades que a vida colocou na frente, e, depois de tempos, colher os frutos. 

 

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Karoline Bezerra Maia com os pais 

 

Para alcançar o feito, ela equilibrava entre o trabalho em um escritório de advocacia e os estudos para a preparação para um concurso público. “Que eu seja a primeira de outras que virão e seja um instrumento de transformação social” , disse a promotora. 

 

Filha de pais  analfabetos Karoline  sabia que a  educação  poderia fazer a família mudar de vida. 

 

Mesmo com muitas dificuldades, os pais da jovem  promotora  sempre investiram bastante na  educação  da filha, que é a caçula entre seis irmãos. Ela foi superando, obstáculo por obstáculo, até se tornar um grande nome do  Direito  no país. 

 

Para  Karoline , a maior motivação que teve todo esse tempo foi a vontade de garantir a  igualdade  e justiça social  para os que vivem em situação de  vulnerabilidade . 

 

Quando, em plena pandemia de covid-19, Erozino Boaventura Maia, pai de  Karoline , faleceu no hospital depois de uma crise de diverticulite, ele a fez prometer uma coisa: que seguiria com os estudos. 

 

O momento foi difícil, mas ela concentrou toda a gana que sobrava na profissão de “ concurseira ”. 

 

Karoline  tinha que se dividir em duas jornadas. Trabalhava em um escritório de  advocacia  e estudava para  concursos públicos . 

 

Ela ainda contou com a ajuda do Projeto Identidade da  ANPR , a Associação Nacional dos Procuradores da República, que selecionou cem estudantes no Brasil e os financiou com um valor de R$ 2,5 mil por mês. 

 

E a jovem fez história em cima da própria história.  Passou no concurso do Ministério Público do Pará , e se tornou a  primeira Quilombola a ser promotora do país . 

 

Agora, quer ser exemplo para que muitos outros não desistam, mesmo com todas as adversidades. 

 

“Essa nomeação não apenas reconhece sua competência profissional, mas também representa um avanço significativo na representatividade e na inclusão dentro do sistema jurídico brasileiro” , disse a ABPN em comunicado. 

 

Redação Africanize

Redação do Africanize