• 21-11-2024

A pesquisa de Matheus Henrique Dias já foi mencionada em publicações científicas renomadas, como a Câncer Discovery

O biomédico e especialista em biologia molecular Matheus Henrique Dias , atualmente pesquisador no Instituto do Câncer da Holanda, está à frente de um estudo promissor que busca uma nova forma de tratar o câncer. Ao contrário das abordagens tradicionais, como a quimioterapia e a radioterapia, que visam interromper a multiplicação das células cancerígenas, a nova pesquisa propõe superestimulá-las até que essas células sobrecarreguem e morram. 

Matheus, que possui doutorado pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado pelo Instituto Butantan, está há cinco anos no Instituto do Câncer da Holanda, onde sua pesquisa já atrai atenção internacional.  

Em entrevista ao  G1 , ele explicou o conceito inovador que fundamenta o estudo:  "Se imaginarmos que as células cancerígenas são como carros que estão andando rápido demais, em vez de tentar pará-los, estamos fornecendo 'combustível de foguete'. Isso leva ao superaquecimento. Ao mesmo tempo, introduzimos uma segunda droga que desliga o sistema de refrigeração, e o resultado é um carro superaquecido que não consegue se resfriar" , detalhou. 

 

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A pesquisa, que já foi mencionada em publicações científicas renomadas, como a  Câncer Discovery , deve iniciar os primeiros testes em pacientes no início de 2025, com foco inicial em tumores de intestino. Apesar disso, Matheus acredita que a abordagem poderá ser aplicada a diversos tipos de câncer no futuro, abrindo um leque de novas possibilidades terapêuticas. 

A descoberta da superestimulação surgiu de maneira inesperada, a partir de testes com uma substância inicialmente projetada para estimular o crescimento das células cancerígenas. Porém, ao invés de impulsioná-las, observou-se que as células acabavam parando de se multiplicar e entravam em colapso. 

Matheus projeta que a inovação pode estar disponível em hospitais em um período de três a cinco anos, caso os estudos em humanos sejam bem-sucedidos. "Estamos testando uma única combinação agora, mas essa abordagem pode ser aplicada a diferentes tipos de câncer e com diferentes drogas",  afirmou o pesquisador, destacando o impacto que a técnica pode trazer para o tratamento oncológico no mundo. 

Redação Africanize

Redação do Africanize