República Democrática do Congo inicia campanha de vacinação contra a mpox em meio a surto

Após um atraso logístico significativo, a República Democrática do Congo (RDC) finalmente iniciou a administração de vacinas contra a mpox, uma doença que tem assolado o país e representado uma ameaça global. Com apoio da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos (EUA), cerca de 265.000 doses foram enviadas à RDC, destinadas especialmente à cidade de Goma e à província de Kivu do Norte, regiões onde os recursos de saúde têm sido severamente limitados diante do aumento de casos. 

A RDC, que já contabilizou aproximadamente 30.000 casos de mpox, representa mais de 80% de todos os casos registrados no continente africano, além de responder por 99% das mortes relacionadas à doença. Mais de 850 óbitos pela doença foram relatados no país apenas este ano, o que destaca a gravidade da crise sanitária. Em agosto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o aumento dos casos de mpox no país constituía uma emergência sanitária global. 

Além do surto na África, alguns casos de mpox também foram reportados em países fora do continente, como Suécia e Paquistão, demonstrando o potencial de propagação internacional da doença. 

Causada por um vírus da mesma família da varíola, a mpox inicialmente foi transmitida de animais para humanos, mas agora a disseminação acontece principalmente de pessoa para pessoa, por meio do contato direto com indivíduos infectados. O surto atual, porém, está sendo impulsionado por uma nova cepa da doença, chamada clado 1b, que é mais grave em comparação ao clado 2, responsável por uma emergência de saúde pública em 2022.