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Rachel Maia, presidente do conselho de administração do Pacto Global, lembrou das recentes resoluções que orientam sobre o respeito aos direitos humanos no ambiente corporativo
O Pacto Global da ONU no Brasil reuniu na quinta-feira, 9 de novembro,no Café da Manhã com CEOs, em São Paulo, lideranças femininas e negras de empresas embaixadoras como Uber, 99 jobs e Ambipar, além de Unilever, Schneider Electric, YDUQS, OLX, Think Eva+ Think Olga, en tre outras comprometidas com os movimentos Raça é Prioridade 2030 e Elas Lideram 2030, criados pela instituição para ajudá-las a acelerar o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável focados nas questões de raça e de gênero, respectivamente. Durante o encontro, Rachel Maia, p residente do conselho de administração do Pacto Global e conselheira do movimento Raça é Prioridade, lembrou da Resolução 59 da Comissão de Valores Mobiliários, vinculada ao Ministério da Fazenda, que prevê que, em 2024, as empresas devem passar a apresentar relatórios relacionados aos impactos ambientais, sociais e de governança corporativa. Tendência que vem ganhando força no mundo todo.
"Nós temos que ter a ousadia propositiva de sair desta sala e trazer esse discurso para aqueles que estão achando está tudo muito bem, obrigado, que dizem: "Ah, não sei o que é que é Objetivo de Desenvolvimento Sustentável". Daqui a um ano e meio, quem diz isso vai ter um problema: que é a resolução 59, que diz: se você não aplicar os direitos humanos na sua empresa, você vai estar fora da bolsa. Também tem a 193, da CVM, e assim por diante", advertiu ela, citando a mais recente resolução que amplia a integração de práticas de ESG ao Mercado de Capitais brasileiro aos padrões internacionalmente estabelecidos.
Ana Bavon, da b4people, consultoria especializada em estratégias de equidade, inclusão e gestão das diversidades, também reforçou a importância de as corporações pautarem suas estratégias de negócio atentas à legislação. "Quando eu penso em promover uma maior transparência, falo de usar a legislação como um grande instrumento de auxílio para dar tangibilidade àquilo que é feito. É preciso entender que o desenvolvimento de uma agenda estratégica, do ponto de vista dos direitos humanos, está interconectado diretamente com essa agenda de negócios", observou ela.
A evolução da adesão empresarial ao movimento Raça é Prioridade também foi celebrada durante o evento. " No Raça, a gente sai, no ano passado, de 22 empresas comprometidas para 46 empresas, ou seja, mais que dobramos", pontuou Tayná Leite, Head de Direitos Humanos e Trabalho do Pacto Global.
A necessidade de fazer com que a pauta extrapolasse o café da manhã formado majoritariamente por lideranças femininas e negras também foi lembrada por Rachel Maia. " Eu quero os meus comigo. Não tenho vontade de falar quando eu olho e não vejo a negritude nas mesas. Eu não quero falar quando eu não olho mulheres na mesa, mas eu tenho que falar com os homens, porque os homens são 68% da liderança. Os homens são quem ainda estão sentados nos jantares dos quais eu participo. E os investidores confiam neles. E os investidores ainda são os grandes drives do mercado. Então, eu tenho que falar com eles, sim. Eu tenho que tratar com eles, sim. Tenho que dizer para eles o quanto eles ficam, às vezes, incomodados com alguns discursos. É esse ar que fica mais rarefeito, porque quanto mais se sobe, mais o ar fica rarefeito. Nós temos que entender qual é a linguagem para que a gente possa, sim, letrá-los e transformá-los, através da linguagem dos direitos humanos", defendeu ela.
O encontro, realizado para aproximar as lideranças femininas e negras e promover a troca de experiências comuns às empresas participantes dos movimentos Raça é Prioridade e Elas Lideram, contou ainda com a presença de Flavia Muniz, a especialista em Empoderamento Econômico das Mulheres da ONU Mulheres, e Verônica Vassalo foi apresentada como nova gerente de DEI do Pacto Global da ONU no Brasil.
Redação do Africanize
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