• 28-09-2024

Fortes chuvas causaram grandes inundações e devastação em diversas cidades e vilas na África Ocidental e Central, afetando milhões de pessoas

As fortes chuvas e inundações que atingiram diversas regiões da África Ocidental e Central neste ano estão causando uma devastação generalizada. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mais inundações são esperadas nos próximos meses, intensificando ainda mais os impactos humanitários e estruturais já sofridos por milhões de pessoas.  

No estado de Borno, no nordeste da Nigéria, mais de um milhão de pessoas foram afetadas. Segundo o governador Babagana Umara Zulum, cerca de 40% da capital do estado, Maiduguri, ficou submersa após uma represa romper na semana passada. N a última quarta-feira (18) enchentes continuaram a devastar o nordeste da Nigéria, afetando mais de 400.000 pessoas, de acordo com as Nações Unidas. 

 

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Registro de inundação na nigéria. (Foto: Internet)

Moradores desabrigados da cidade de Maiduguri enfrentam uma situação de extrema vulnerabilidade. Muitos aguardam socorro enquanto lutam pela sobrevivência. Maryamu Daniel, uma das vítimas, disse que não consegue alimentar sua família há três dias. “Estamos sofrendo. Não temos onde morar, pois a enchente levou todos os nossos pertences”, relatou à DW. Outra moradora, Zara Goni, também desabrigada, afirmou que sua família perdeu tudo e vive de doações esporádicas de moradores locais.  

O governador de Borno afirmou que os esforços de resgate e assistência humanitária estão em andamento, embora sejam desafiados pelos danos estruturais em grande parte da cidade, incluindo pontes e estradas essenciais para a circulação de socorro. Zulum anunciou a suspensão das aulas como parte das medidas emergenciais adotadas.  

Chade também enfrenta crise devido às enchentes  

A situação no Chade não é menos grave. Desde julho, quase 1,5 milhão de pessoas foram impactadas por enchentes, com 145 mortes registradas e cerca de 70.000 casas destruídas. Na capital, N'Djamena, muitos moradores expressaram frustração com a falta de infraestrutura adequada e com a inação das autoridades diante da recorrência dos desastres. Aaron Madjadoum, um dos afetados, relatou à DW as dificuldades enfrentadas pela população, que precisa percorrer longas distâncias através da lama e da água para acessar estradas.  

A falta de preparo do governo foi criticada pelo ativista de direitos humanos Primo Aime, que apontou a paralisação de obras importantes, como a construção de uma barragem em N'Djamena, devido a problemas financeiros.  

Com mais chuvas previstas nos próximos meses, as perspectivas são sombrias para as regiões atingidas.  

Redação Africanize

Redação do Africanize