O que eu sei do amor
Por: Suellen Massena
Por Ciça Pereira
A sociedade do consumo também consome pessoas e depois de exaustas ou inutilizáveis ela as elimina.
Nem todo mundo que te olha te vê de verdade, ás vezes você é só é um alegre em um jogo de interesses.
E isso não acontece apenas nas relações de trabalho... Estamos "amando" e nos "afetando" da mesma forma. "Amores líquidos" com uma pitada de consumismo.
AMO desde que faça o que eu quero, desde que esteja à disposição, desde que fale o que eu quero ouvir ou corresponda às minhas necessidades.
Tudo é sobre nossas necessidades e a obsessão por cumpri-las.
O mundo capitalista distorceu as relações, e isso nós já sabemos. A ótica do mercado, e da meritocracia transformam tudo em jogos de interesses. Poucas pessoas se ve em afetividade e se enxergam diante da realidade. E pior do que isso, pouca gente sabe distinguir o que é afeto, o que é companheirismo, de relações de interesses.
Hoje em dia tudo é networking...
Mas afinal quem pula na sua bala quando vc não está bem?
Desde que o mundo se tornou uma máquina de consumo, seja pelo processo exploratório inicial até a máquina atual do capitalismo, consumir virou regra. E não falo só dos recursos naturais, falo das relações humanas também. Antes escravizados, hoje mentalmente condicionados e reféns de novas escravidões, vivemos querendo suprir o que nos dói, e, portanto, observamos pessoas como atalhos para isso.
Seja na necessidade de ter ou de ser, as relações são sempre conectadas a incoerência do suprir e do servir. O construir humano é para poucos...
Trocamos boas relações e construções saudáveis, para viver num mundo de bajuladores;
onde as relações afetivas e emocionais são baseadas nos jogos de interesses, e nas hierarquias sociais...
Sejam elas por visibilidade, network, ou necessidade de atenção. Um serve e o outro é servido... "E quando não me serve mais, eu elimino."
Perdemos a noção de comunidade, e além de imprimir a lógica de consumo do europeu...
Vivemos na busca do EU, que perdido de si, se perdeu de suas identidades, espiritualidades e conceitos construtivos e coletivos de sobreviver em sociedade.
Ou usamos, ou somos usados...
"É preciso uma aldeia para se educar uma criança" provérbio yoruba.
E é preciso uma comunidade para encontrar saúde e bem-estar depois de adulto.
Construir ou consumir?
Ou vencemos junts, ou nos destruímos individualmente; e o pior, entre os nossos.
o cuidado como dimensão político-afetiva da proteção entre pessoas negras por joão marcos bigon
Por: Dr. Osei Akuamoa Júnior