• 05-10-2024

Cerca de 83% das pessoas deslocadas no país vivem em lares temporários; todas enfrentam dificuldades

A situação humanitária no Haiti continua a se agravar com um aumento significativo no número de deslocados internos, impulsionado pela violência das gangues e a precariedade econômica. De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 700 mil pessoas, metade delas crianças, estão atualmente deslocadas dentro do país. Este número representa um aumento de 22% desde junho, totalizando 702.973 pessoas em setembro de 2024.  

"O aumento acentuado do deslocamento destaca a necessidade urgente de uma resposta humanitária contínua" , afirmou Gregoire Goodstein, chefe da OIM no Haiti, ressaltando a gravidade da situação. "Instamos a comunidade internacional a reforçar seu apoio às populações deslocadas do Haiti e às comunidades de acolhimento que demonstram uma resiliência extraordinária diante destes desafios."  

 

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A maioria desses imigrantes, aproximadamente 75%, permanece nas províncias, enquanto a capital, Porto Príncipe, abriga cerca de um quarto deles. Entretanto, as condições em ambas as regiões são extremamente difíceis. Porto Príncipe, em especial, enfrenta uma situação "precária e imprevisível", com os deslocados vivendo em áreas superlotadas, sem acesso adequado a serviços básicos.  

Grande parte dos deslocados é acolhida por famílias locais, com 83% residindo em lares temporários em meio a comunidades que já enfrentam dificuldades severas. A OIM destacou que essas comunidades de acolhimento estão "pagando o preço" da crise, enfrentando escassez de alimentos, sobrecarga nos centros de saúde e falta de produtos essenciais nos mercados.  

As infraestruturas básicas estão sob pressão, especialmente fora da capital. Segundo a OIM, as maiores necessidades incluem segurança alimentar, habitação adequada, acesso à saúde e à educação. Com o agravamento da violência das gangues, a insegurança tem limitado o acesso das agências humanitárias e dificultado ainda mais a entrega de ajuda às áreas mais necessitadas.  

 

Apesar da chegada da Missão Multinacional de Apoio à Segurança (MMAS), liderada pelo Quênia, a situação de segurança no Haiti continua crítica. "As estradas nacionais continuam ocupadas por gangues, que controlam a maior parte da capital", informou a OIM. A violência desenfreada agravou uma crise humanitária que já era persistente no Haiti, o país mais pobre da região.  

A OIM faz um apelo urgente à comunidade internacional para reforçar o apoio tanto às populações deslocadas quanto às comunidades de acolhimento, que têm demonstrado resiliência diante de adversidades extraordinárias. Gregoire Goodstein enfatizou que, embora a ajuda humanitária esteja em curso, "as comunidades de acolhimento continuam pagando o preço desta crise".  

Redação Africanize

Redação do Africanize