27 de outubro de 2025

África

Roubo no Louvre: criminosos levam joias avaliadas em 88 milhões de euros com pedras saqueadas da África e da América do Sul

Peças do período napoleônico foram levadas em uma ação de menos de oito minutos e reacendem o debate sobre heranças coloniais nos museus europeus

• 27/10/2025
Thumbnail
Reprodução: Javen / Shutterstock | Louvre Museum

Destaque nos jornais de todo o mundo, uma quadrilha organizada invadiu o Musée du Louvre, em Paris, e, em menos de oito minutos, cerca de quatro deles dentro do museu, subtraiu oito joias do período napoleônico expostas na histórica Galerie d’Apollon. Avaliadas em aproximadamente 88 milhões de euros, as peças pertenciam ao acervo de joias da realeza francesa e têm valor histórico incalculável.

Entre os itens roubados estão tiaras, colares, broches e brincos que pertenceram a figuras como a Imperatriz Eugênia de Montijo e a Rainha Maria Amélia. As joias, confeccionadas com safiras, esmeraldas, diamantes e pérolas, possuem origem em regiões da África e da América do Sul,territórios historicamente explorados por seus recursos naturais e humanos durante o período colonial europeu.

A tiara da Imperatriz Eugênia, uma das peças mais valiosas levadas, é cravejada com 3.007 diamantes e 212 pérolas naturais, muitas delas extraídas do Golfo Pérsico e do Oceano Índico, hoje regiões com reservas praticamente esgotadas após séculos de exploração. Especialistas apontam que o crime, além de abalar o maior museu do mundo, reacende o debate sobre a presença e a conservação de artefatos coloniais em instituições europeias e sobre a devolução de patrimônios culturais aos seus países de origem.

As investigações seguem em andamento, e as autoridades francesas classificaram o caso como “um ataque ao patrimônio mundial”. Apesar de dois suspeitos já terem sido detidos, o paradeiro das joias segue desconhecido.

TAGS: