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Os três painéis tiveram ingressos esgotados; mais de 200 pessoas estiveram presentes
A semana de homenagens à escritora Carolina Maria de Jesus em Nova Iorque e Washington deixa um marco da cultura brasileira nos Estados Unidos. Mais de 200 pessoas estiveram nos três eventos realizados para celebrar os 110 anos de nascimento da pioneira da literatura do nosso país. Pesquisadores, artistas e autoridades marcaram presença nos encontros realizadas nas universidades de Columbia e Georgetown, além do The People 's Forum.
Com a presença de Vera Eunice de Jesus, professora filha da escritora, e de Tom Farias, jornalista e biógrafo de Carolina, que viajaram especialmente para o ciclo de debates, o evento já é considerado histórico. "Além do que mexeu em mim, que voltei do primeiro dia contando emocionada o que tinha vivido, que minha mãe que não tem hábito de leitura foi pro segundo painel. Quando a encontrei, dona Maureny estava mergulhada em um livro de Carolina. Isso é a prova concreta do impacto destes eventos e sou grata de poder participar deste momento ", conta emocionada a primeira bailarina do Dance Theater of Harlem e autora de dois best sellers, Ingrid Silva.
Foto: Rodolfo Sanches
Na primeira vez em que foi convidada a falar sobre a mãe no exterior, a educadora Vera Eunice trouxe lembranças fortes vividas em família. "Nós nunca sabíamos quando íamos comer. E minha mãe ficava desesperada. Ela cantava, declamava, lia muito pra gente, todas as noites. E dançava muito as músicas da África ", lembrou. Ela também narrou a luta por manter viva a memória da mãe . "Muitas pessoas têm manuscritos, cadernos, fotos de minha mãe e estamos lutando para que o memorial dela em Sacramento saia do papel e seja um local que preserve esse acervo que está em gavetas de pessoas ou mal conservados" , lamenta a filha da escritora. O projeto voltou a andar depois que Vera abordou a ministra da Cultura, Margareth Menezes, no evento de lançamento Prêmio Carolina Maria de Jesus e a sensibilizou sobre o tema.
O jornalista Tom Farias recordou que desde a primeira publicação em 1963 de 'Quarto de Despejo' nos Estados Unidos, os livros de Carolina permanecem sendo editados no país e sua obra estudada. "Carolina deve estar muito feliz com esse momento. Estes eventos têm papel fundamental de continuarmos escrevendo a história de uma autora que venceu todas as barreiras do preconceito, da miséria, do sexismo e representa um eco do tambor que Carolina vem batendo desde a favela do Canindé. E seguirá fazendo barulho", celebra Tom, que lembra a importância de que se dê continuidade a esse movimento.
"Esse projeto surgiu do amor à literatura, um grupo de mulheres corajosas inspiradas por Carolina e com nossa audácia contagiamos uma série de pessoas. Começamos desenhando um evento literário e ao final realizamos uma atividade de reparação histórica", avalia a produtora Suzane Sena, da Osupa Productions que organizou a atividade idealizada em parceria com o coletivo Mulheres na Escrita. Os eventos tiveram ainda apoio da diplomacia brasileira, através do Consulado Geral em Nova Iorque e da Embaixada em Washington.
Além dos eventos, houve um momento emocionante quando Tom, Vera e Marisa Regina, neta da autora, visitaram o National Museum of African American History & Culture em Washington DC. Em frente à casa de tábuas usada no século XIX por pessoas negras escravizadas em uma plantação na Carolina do Sul, desmontada e remontada no Museu, Vera lembrou dos locais onde morou com a mãe nas favelas. "O primeiro barraco que ela fez pra ter meu irmão era menor que esse, mas depois que eu nasci ela fez um maior. Tinha uma escada, ela sentava e ficava escrevendo", narrou a professora.
Os painéis celebraram os 110 anos de nascimento de Carolina Maria de Jesus. Com apoio da diplomacia brasileira, universidades e instituições culturais americanas, a atividade nasceu do projeto Mulheres na Escrita, coletivo de autoras de língua portuguesa em solo americano criado pela bacharel em Letras Ana Cláudia Dias, a produtora Luciana Kornalewski e a artista Nalü Romano. A realização tem à frente a Osupa Production, da produtora cultural brasileira radicada em Nova Iorque, Suzane Sena. Os encontros de Nova Iorque tiveram a mediação da doutoranda em literatura feminina, professora Princeton University, Luana Reis, e em Washington da jornalista mestranda em Relações Internacionais na John Hopkins University, Talita Fernandes.
Quarto de Despejo, traduzido para o inglês como "Child of the Dark", tem versões em 13 idiomas levando a realidade das favelas brasileiras para o mundo. A escrita de Carolina ajudou a despertar a consciência sobre as questões sociais no Brasil e em outros países em desenvolvimento. Também levou para além das fronteiras a dura realidade da pobreza, racismo e desigualdade vividas em nossas comunidades, influenciando escritores e despertando interesse de acadêmicos e ativistas ao redor do mundo.
Redação do Africanize
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