África
França encerra presença militar no Senegal após 65 anos de ocupação
Cerimônia marca o fim de uma era e sinaliza nova postura das nações africanas frente à herança colonial
Na manhã de 17 de julho de 2025, a França oficializou o fim de sua presença militar permanente no Senegal. A cerimônia, realizada em Dacar, simbolizou a entrega das últimas bases e do aeródromo à soberania senegalesa, com a presença dos generais Mbaye Cissé e Pascal Ianni. Foram 65 anos de presença contínua, desde a independência do Senegal em 1960.
A decisão reflete um reposicionamento político liderado pelo presidente Bassirou Diomaye Faye, eleito em 2024. Além de exigir a retirada das tropas francesas até 2025, Faye também cobrou um pedido formal de desculpas da França por crimes coloniais, como o massacre de 1944 de soldados africanos que lutaram pela França na Segunda Guerra Mundial.
O Senegal segue o movimento de outras nações africanas que vêm rompendo com a influência francesa. Burkina Faso, Mali e Níger, por exemplo, já encerraram acordos militares com Paris, frequentemente substituindo-os por novas alianças geopolíticas, incluindo aproximações com a Rússia.
Com a devolução da base de Kossei, no Chade, e a manutenção de apenas um contingente em Djibuti, a presença militar da França no continente atinge seu ponto mais baixo em décadas.
