• 05-10-2024

Edilson Barbosa Santos destruiu e descartou o carro utilizado no duplo homocídio

A 37ª Vara Criminal do Rio de Janeiro condenou  Edilson Barbosa dos Santos , conhecido como " Orelha ", a cinco anos de reclusão por obstrução de justiça no caso que investiga o assassinato da vereadora  Marielle Franco  e do motorista  Anderson Gomes . Edilson, dono de um ferro-velho, foi acusado de receber, desmanchar e descartar o carro Chevrolet Cobalt utilizado no duplo homicídio, ocorrido em 14 de março de 2018.  

A denúncia, apresentada pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Rio de Janeiro em agosto de 2023, aponta que Edilson dificultou as investigações ao eliminar o veículo, peça-chave na elucidação do crime. De acordo com o Ministério Público, dois dias após os assassinatos, o atirador  Ronnie Lessa  e o motorista  Elcio Vieira de    Queiroz  entregaram o carro ao acusado, após combinarem a ação com  Maxwell Simões Correa , conhecido como " Suel ", também envolvido nos crimes.  

Na decisão, proferida no dia 26 de setembro, o juiz responsável destacou que o desmanche do veículo prejudicou as investigações, impossibilitando a perícia criminal. “Isso contribuiu para que os executores do crime só fossem identificados quase um ano após o ocorrido e, ainda, para que os suspeitos de serem os mandantes fossem conhecidos apenas em 2024, seis anos depois das mortes”, afirmou o magistrado.  

A promotora de Justiça  Fabíola Tardin Costa , que acompanhou toda a instrução criminal, ressaltou que o modus operandi de eliminar o veículo após o crime é comum em ações da milícia carioca. "Estatísticas indicam que cerca de 90% das execuções cometidas pela milícia são realizadas com o uso de veículos, pela rapidez que proporcionam na fuga. A destruição do carro é uma estratégia para evitar que ele seja rastreado", explicou a promotora.  

Redação Africanize

Redação do Africanize