Representatividade
Cris Vianna fala sobre padrões estéticos e o poder do corpo no Carnaval: “Corpos pretos cabem em qualquer lugar”
A atriz reflete sobre liberdade, autoestima e a importância de romper com os padrões que ainda tentam limitar corpos negros
Para Cris Vianna, o Carnaval sempre foi mais do que um desfile: é território de afirmação, identidade e liberdade. Em entrevista recente, a atriz e ex-rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense deixou uma frase que ecoou como manifesto:
“Corpos pretos cabem em qualquer lugar.”
A declaração veio acompanhada de uma reflexão sobre o quanto o corpo negro ainda é vigiado e cobrado, mesmo em espaços que nasceram da própria cultura preta. Cris relembrou o início da carreira, quando enfrentava pressão estética constante, e contou que chegou a “viver metade da vida se pesando”. Hoje, ela celebra uma nova relação com o espelho livre, política e inspiradora.
“Durante o meu tempo como rainha, sempre senti que o meu corpo tinha lugar no Carnaval. Ele sempre coube! Não entro na sofrência. O que eu aceito, me faz feliz.”
Em um cenário em que o Carnaval se tornou também vitrine para padrões de beleza e consumo, Cris reafirma o sentido ancestral da festa: o corpo como espaço de poder e expressão. Sua fala é um lembrete de que o brilho da avenida só existe porque há história, luta e pertencimento por trás de cada passo.
A mensagem reverbera entre mulheres negras que, assim como ela, ressignificam o Carnaval como símbolo de orgulho e autonomia.




