Cinema e TV
Brasil conquista Festival de Guadalajara com filmes sobre resistência e maternidade negra
‘A Melhor Mãe do Mundo’ leva três prêmios e ‘O Último Azul’ é eleito melhor filme de ficção no mais importante festival de cinema do México

O cinema brasileiro brilhou na edição 2025 do Festival Internacional de Cinema de Guadalajara, no México. Com duas produções potentes e politicamente relevantes, o Brasil dominou a seção ibero-americana do evento, considerado o mais importante do cinema latino no país.
O longa ‘O Último Azul’, de Gabriel Mascaro, foi premiado como Melhor Filme de Ficção. A história se passa em um Brasil distópico e acompanha Tereza, uma mulher de 77 anos que resiste à expulsão compulsória de sua casa, localizada em uma cidade industrializada na Amazônia. Quando o governo determina sua transferência para uma colônia habitacional para idosos, ela decide realizar um último desejo antes de ser levada à força. A narrativa tensiona temas como envelhecimento, controle do Estado e afeto no fim da vida.
Já o premiado ‘A Melhor Mãe do Mundo’, dirigido por Anna Muylaert, venceu em três categorias: Melhor Interpretação (para Shirley Cruz), Melhor Roteiro (Anna Muylaert) e Melhor Fotografia (Lílis Soares). O filme narra a jornada de Gal, uma catadora de recicláveis que foge de um marido abusivo e busca reconstruir a vida nas ruas de São Paulo com seus filhos, Rihanna (Rihanna Barbosa) e Benin (Benin Ayo). A trama lança luz sobre a maternidade negra, a violência doméstica e a potência da sobrevivência.
Com participações de Luedji Luna, Rejane Faria, Rubens Santos, além de Katiuscia Canoro, Lourenço Mutarelli e do rapper Dexter, o filme foi ovacionado por seu olhar afetivo e potente sobre corpos e histórias historicamente invisibilizados no cinema nacional.