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PM afasta policial que matou jovem de 26 anos com tiro na cabeça em São Paulo
Guilherme Dias, de 26 anos, foi baleado na cabeça por um agente de folga ao sair do trabalho

A Polícia Militar de São Paulo afastou das funções operacionais o soldado Fábio Anderson Pereira de Almeida, de 35 anos, responsável pela morte de Guilherme Dias Santos Ferreira, jovem negro de 26 anos, na zona sul da capital paulista. O crime aconteceu na noite da última quarta-feira (3), quando Guilherme deixava o trabalho.
Segundo o boletim de ocorrência, Guilherme saiu do expediente às 22h28, como comprova o registro do ponto. Sete minutos depois, às 22h35, foi atingido na cabeça por um disparo efetuado pelo policial militar, que alegou reagir a uma tentativa de assalto à sua moto. A vítima, no entanto, não tinha qualquer ligação com o crime, conforme apurado pelas investigações.
Mesmo detido em flagrante por homicídio culposo, o agente foi liberado após pagar fiança de R$ 6.500 e irá responder ao processo em liberdade. Ele está atualmente afastado das atividades de rua por decisão da corporação, enquanto o caso segue em apuração.

Guilherme carregava uma marmita, itens de higiene, talheres e uma bíblia no momento em que foi morto. Conforme depoimentos da viúva, Stephanie dos Santos Ferreira Dias, o jovem fazia horas extras para reformar a casa do casal, que também planejava ter o primeiro filho.
A tragédia provocou comoção e revolta nas redes sociais, onde internautas denunciam o caso como mais um exemplo da violência policial letal contra a população negra e periférica. “Um tiro na cabeça e dizem que não teve intenção?”, questionou um usuário. Outro escreveu: “O projeto é a eliminação física de pobres e pretos”.
O caso continua sendo investigado, com análise técnica de munições e testemunhos, enquanto a família busca justiça por mais uma vida interrompida.