Saúde
Novo remédio contra Alzheimer começa a ser vendido no Brasil
Kisunla chega com promessa de retardar em até 35% a progressão da doença, mas alto custo limita acesso

O Brasil passa a contar, pela primeira vez em mais de duas décadas, com um tratamento inovador para retardar o avanço do Alzheimer. O Kisunla (donanemabe), aprovado pela Anvisa em abril de 2025, já está disponível em clínicas particulares de São Paulo e Rio de Janeiro.
Indicado para pacientes em estágio inicial da doença, com comprometimento cognitivo leve ou demência leve, o medicamento é aplicado por infusão intravenosa mensal. Os estudos clínicos apontam que o Kisunla pode retardar em até 35% a progressão do Alzheimer, garantindo em média 4,4 meses a mais de preservação cognitiva e reduzindo em 37% o risco de avanço para estágios mais graves.
Apesar do avanço, o acesso ainda é restrito. O tratamento custa a partir de R$ 8 mil por mês, valor que inclui a medicação, acompanhamento médico e infraestrutura hospitalar. Até o momento, não há previsão de incorporação no SUS ou cobertura obrigatória pelos planos de saúde.
Especialistas reforçam que o uso do Kisunla exige monitoramento rigoroso. O medicamento pode provocar efeitos adversos como edema cerebral e hemorragias, e só pode ser prescrito após a confirmação da presença de placas de beta-amiloide, característica da doença. Em alguns casos, também é necessária análise genética e acompanhamento constante com exames de ressonância magnética.
O lançamento do Kisunla representa uma esperança para famílias e pacientes, mas também revela o desafio de ampliar o acesso a tratamentos inovadores no país.