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Esses dias me peguei revendo as sensações que tive ao assistir “Maringhella”, filme de Wagner Moura com a interpretação fantástica do @seujorge . Enquanto a maioria das pessoas não negras no cinema estavam prontas para uma “revolução armada”, eu só me perguntava: por que é sempre a cor negra que sofre mais em um processo de revolução?
Parece que ficou para nós o peso de se manifestar, criticar ou se autocriticar. Nas eleições de 2022, enquanto parte da esquerda progressista continuava dialogando em suas bolhas cheias de privilégio, foram as pessoas pretas, pobres e periféricas que fizeram o corre de conversar com amigos e parentes (alguns assumidamente do outro lado) pedindo votos para @lulaoficial . Tal movimento inspirou até o próprio Lula a fazer o mesmo e só aí a galera acordou.
Em quase todos os momentos, estamos no front da batalha. Sendo assim, somos os primeiros a serem mortos para virar mártir ou foto em preto e branco no Instagram de alguma pessoa branca. Até aqui na página, se o tema do post for economia, arte, música ou entretenimento, ninguém liga. Agora se for alguma atrocidade com uma pessoa preta, todo mundo curte, compartilha e comenta. É a dor que vira espetáculo.
Tal como a música “Mil faces de um homem leal” feita pelo @racionaiscn para Maringhella, eu também posso (e quero) ter vários rostos. Sou jornalista, poeta, escritor, filho, amigo, irmão e linha de frente contra o racismo estrutural. Porém, neste filme (ou nesta realidade) eu não quero morrer no final para entrar na história e muito menos pretendo deixar as minhas dores falarem mais que as minhas vitórias.
“A postos para o seu general, mil faces de um homem leal (e real).” 🎶
Jornalista, redator publicitário e escritor. Mineiro de 31 anos, o profissional coleciona passagens por veículos como CNN e Casa Vogue, bem como campanhas assinadas para marcas como Chivas Reagal, Samsung, Sallve, Pepsi e Will Bank.
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Um dos períodos que os brasileiros mais amam é o carnaval, e com ele o samba vem colado.