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Michael Ray Richardson morre aos 70 anos após luta contra o câncer de próstata
Lenda da NBA e quatro vezes All-Star, o “Sugar” deixa um legado marcado por talento, quedas e recomeços
O ex-jogador da NBA Michael Ray Richardson, um dos armadores mais talentosos e carismáticos da história do basquete, morreu nesta terça-feira, 11 de novembro de 2025, aos 70 anos, após uma batalha contra o câncer de próstata.
A informação foi confirmada por seu advogado à agência AP News, e rapidamente repercutiu entre ex-jogadores, técnicos e fãs de basquete ao redor do mundo.
Conhecido pelo apelido “Sugar”, pela suavidade e elegância com que conduzia o jogo, Richardson foi um dos grandes nomes do basquete norte-americano entre o fim dos anos 1970 e meados dos anos 1980.
Ele brilhou vestindo as camisas do New York Knicks, Golden State Warriors e New Jersey Nets, acumulando quatro participações no All-Star Game e liderando a liga em assistências e roubos de bola em múltiplas temporadas.
Nascido em Lubbock, Texas, em 1955, Michael Ray encontrou no basquete o caminho para transformar sua realidade. Formado pela Universidade de Montana, ele rapidamente se tornou o tipo de jogador que dominava tanto pela técnica quanto pela intuição.
Em 1978, foi escolhido como quarta escolha geral no Draft da NBA, e sua estreia com os Knicks foi cercada de expectativa: um novo rosto, um novo ritmo e uma nova promessa para Nova York.
Richardson jogava como quem dançava. Sua visão de jogo, velocidade e habilidade para roubar bolas fizeram dele um dos armadores mais completos de sua geração, um símbolo da liberdade criativa que marcou o estilo dos jogadores negros da NBA nos anos 80.
Entre o brilho e a queda
Mas a mesma intensidade que o levou ao topo também o conduziu a um dos momentos mais controversos da liga. Em 1986, Michael Ray foi banido da NBA após falhar em três testes antidoping para cocaína, tornando-se o primeiro jogador ativo a receber banimento vitalício por violar a política antidrogas.
A decisão foi um divisor de águas. Enquanto parte da imprensa o julgava, muitos viram em Richardson o retrato de um sistema que punia com severidade o erro, sem compreender as vulnerabilidades de um atleta negro diante da pressão, da solidão e do estrelato precoce.
Longe das quadras americanas, ele reconstruiu a vida na Europa, onde jogou na Itália, França e Suíça, conquistando títulos e o respeito dos torcedores. Em 1988, foi eleito MVP da liga francesa, provando que o talento não envelhece, apenas muda de cenário.
Depois de encerrar a carreira, Richardson se dedicou a treinar jovens atletas em ligas menores e a atuar em projetos sociais voltados para prevenção ao uso de drogas e apoio psicológico no esporte.
Sua história de ascensão, queda e recomeço se transformou em ferramenta de conscientização e inspiração.
O “Sugar” que encantou multidões virou símbolo de humanidade. Um homem que aprendeu a lidar com suas fragilidades e a transformá-las em força para o outro.




