29 de janeiro de 2025

Tecnologia

Meta muda regras e libera uso de termos racistas nas redes sociais, como 'odeio negros'

Decisão já está em vigor no Brasil, contrariando leis que punem racismo e injúria racial

• 22/01/2025
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O uso de expressões racistas, como “Eu odeio negros” e “Brancos são os melhores”, foi liberado nas plataformas da Meta, incluindo Facebook e Instagram, após mudanças recentes nas políticas da empresa, segundo apuração do Aos Fatos. Anteriormente, publicações que reforçassem o ódio a grupos racializados ou outros grupos vulneráveis eram explicitamente proibidas. A decisão já está em vigor no Brasil e tem gerado questionamentos, uma vez que o racismo e a injúria racial são crimes inafiançáveis e imprescritíveis de acordo com a legislação brasileira.

Antes da alteração, termos que disseminassem ódio, como “eu não suporto” ou “eu não respeito”, também eram vetados. No entanto, documentos internos analisados pelo Aos Fatos revelam que a Meta orientou seus moderadores a permitirem publicações que reforcem preconceitos raciais, étnicos, religiosos ou contra pessoas com deficiência. Na versão pública das novas diretrizes, a empresa substituiu a expressão “discurso de ódio” por “conduta de ódio”, suavizando o tom das restrições.

Com a mudança, apenas expressões que indiquem nojo ou repulsa continuam proibidas. Essa flexibilização foi acompanhada de orientações para que moderadores deixem de remover conteúdos ofensivos direcionados a grupos minorizados. Um exemplo destacado pela investigação é a denúncia de uma publicação racista feita por um grupo neonazista no Facebook, que utilizou a expressão “odeio negros” e permaneceu ativa.

Em uma declaração oficial, Joel Kaplan, recém-nomeado chefe de política global da Meta, descreveu as alterações como parte de um esforço para gerenciar sistemas complexos de controle de conteúdo. “Nossas plataformas apresentam desafios cada vez mais complicados para aplicar nossas políticas de maneira eficaz”, afirmou Kaplan.

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