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Em entrevista à Africanize, atleta medalhista queniana fala sobre dificuldades da mudança para os Estados Unidos e diferenças culturais entre o país e Quênia
Hellen Obiri é, sem dúvida, uma das maiores corredoras quenianas da atualidade. Bicampeã da Maratona de Boston, campeã da Maratona de Nova York em 2023 e medalhista olímpica, suas conquistas são inspiradoras.
Entre os dias 29 e 30 de novembro de 2024, São Paulo foi o palco da Venus Women’s Expo, um evento que antecedeu a tão aguardada Venus Women’s Half Marathon, que aconteceu no último domingo (1). Um dos destaques do evento será a presença da lenda do atletismo feminino, Hellen Obiri, que compartilhará sua trajetória e o segredo do seu sucesso.
Foto: Reprodução/Venus Run
Nascida em Kisii, Quênia, a atleta cresceu em uma família humilde. Seu pai, Mzee Isaac Obiri, um grande fã de atletismo, sempre a incentivou a correr. Desde jovem, Hellen demonstrou uma intensa paixão pela corrida, mesmo com a falta de infraestrutura esportiva em sua cidade natal. Aos 14 anos, ela se mudou para Nairobi para integrar o time de atletismo de uma escola, mas precisou se afastar temporariamente do esporte para focar nos estudos. Mais tarde, ela se reconectou com a corrida ao entrar nas Forças Armadas do Quênia, onde começou a competir profissionalmente.
A carreira de Obiri é marcada por inúmeras conquistas. Entre suas realizações mais notáveis, está o título de campeã mundial indoor em 2012, a medalha de prata nos 5000 metros nos Jogos Olímpicos de 2016 e o recorde nacional do Quênia nos 5000 metros, estabelecido em 2017. Tornou-se bicampeã mundial nos 5000 metros em 2017 e 2019 e ganhou medalha de prata nos 10000 metros nos Jogos Olímpicos de 2020. Em 2023, venceu as maratonas de Boston e Nova York, e em 2024, conquistou a medalha de bronze na maratona dos Jogos Olímpicos.
Em uma entrevista para a Africanize, ela revelou os desafios que enfrentou ao se mudar do Quênia para os Estados Unidos, tanto em termos de adaptação cultural quanto em relação aos seus treinos. “"Ir para outro país, como você pode imaginar, é difícil. Morar nos Estados Unidos é muito caro, sabe? Você lembra de onde você veio e percebe as diferenças. A coisa mais desafiadora foi fazer amizade com as pessoas. Nos EUA, todo mundo está ocupado, todo mundo corre o tempo todo”, disse Hellen.
Foto: Divulgação
Ela continuou explicando que uma das maiores dificuldades foi a comida americana e a comunicação: “Conseguir comida africana e se acostumar com a comida americana foi complicado. Mas acho que o mais desafiador foi a comunicação. No Quênia, falamos suaíli, e lá nos Estados Unidos, você tem que falar inglês americano, que é muito difícil de entender. Você tenta falar com alguém, mas às vezes eles nem conseguem entender direito.”.
Apesar de todos os obstáculos, Hellen Obiri superou os desafios e se tornou uma das maiores maratonistas do mundo. Ela destaca a importância do apoio familiar nesse momento: “No Quênia, cerca de 90% das pessoas que correm vêm de comunidades simples ou famílias pobres. Minha família não era diferente, eles faziam de tudo para colocar comida na mesa. Não podiam me oferecer tudo, mas me deram o suficiente para acreditar em mim mesma"
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