Justiça condena Raia Drogasil por racismo contra ex-funcionária, que recebe indenização após sete anos

Em 2018, no seu primeiro dia de trabalho em uma unidade da Raia Drogasil, em São Caetano do Sul (SP), a então funcionária Noemi Oliveira Silva foi alvo de frases racistas ditas por colegas de equipe. Ao ser apresentada no ambiente, ouviu comentários como “Tá escurecendo a nossa loja” e “Acabou a cota, negrinho não entra mais”.

@_noemys "Sim, vocês estão VENDO e OUVINDO isso mesmo. Fui vítima não só de racismo, e não pretendo ficar em silêncio. Racismo e preconceito não é opinião, é crime. #RacismoÉCrime #Justiça #JuntoscomNono ♬ Surrender – Natalie Taylor

Sete anos depois, o caso teve um desfecho importante: a Justiça do Trabalho condenou a rede de farmácias ao pagamento de indenização por danos morais, em decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2). O valor estipulado pela sentença gira em torno de R$ 37 mil, mas alguns veículos noticiam que a ex-funcionária recebeu aproximadamente R$ 56 mil.

O episódio ganhou repercussão não apenas pelo desfecho judicial, mas também pela forma como a indenização simboliza uma reparação diante da violência vivida. Circulam nas redes sociais relatos de que Noemi teria utilizado parte do valor para adquirir um apartamento, gesto interpretado por muitos como um exemplo de resistência e superação, embora ainda não haja confirmação oficial dessa informação.

A Raia Drogasil divulgou nota lamentando o caso e reafirmando políticas internas de diversidade e inclusão, destacando a presença de funcionários pretos e pardos em cargos de liderança. Ainda assim, a condenação expõe a distância entre o discurso institucional e as práticas cotidianas dentro do mercado de trabalho.

A decisão judicial não apaga o constrangimento vivido por Noemi, mas representa um avanço na responsabilização de grandes empresas e reforça a importância de denunciar situações de discriminação.

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