Influenciadora é condenada por associar enchentes no RS a religiões de matriz africana

A Justiça de São Paulo condenou a influenciadora digital Michele Dias Abreu a pagar R$ 35 mil por danos morais coletivos após associar as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, em 2024, às religiões de matriz africana. A decisão, proferida pelo juiz Glauco Costa Leite, destacou que a liberdade de expressão não é um direito absoluto e que declarações como a da influenciadora podem configurar crimes como injúria, difamação e racismo.

O processo foi movido pela Associação das Comunidades Tradicionais e de Cultura Popular Brasileira (Acoucai). No entanto, o magistrado negou o pedido de indenização contra o Facebook e o Google, pois as plataformas removeram o vídeo da influenciadora.

Michele, que se declara evangélica, afirmou durante a defesa que foi mal interpretada e chegou a gravar um novo vídeo se retratando. No entanto, sua postagem original, feita em maio de 2024, viralizou e ultrapassou 3 milhões de visualizações.

Na gravação, ela mencionou que o estado gaúcho possui um grande número de terreiros de religiões afro-brasileiras e sugeriu que as enchentes seriam um reflexo da “ira de Deus”.

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