25 de novembro de 2025

Beleza

Grupo L’Oréal Brasil forma nova turma de creators negros e PCDs no programa Beleza Mais Diversa

A segunda edição do “Beleza Mais Diversa” registra avanço na representatividade e impulsionou engajamento de novos talentos

Barbara Braga | 25/11/2025
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Reprodução: @lorealgroupe_br

O Grupo L’Oréal no Brasil realizou, na segunda-feira (17), no Rio de Janeiro, a formatura da segunda turma do programa Beleza Mais Diversa, iniciativa criada para fortalecer a carreira de criadores de conteúdo negros e pessoas com deficiência (PCDs). Lançado em 2024, o projeto chega à sua nova edição reafirmando o compromisso da companhia com diversidade, equidade e inclusão em um dos mercados mais dinâmicos, e desiguais, da comunicação digital.

O programa é estruturado em três pilares: educação, com mentorias ministradas por influenciadores experientes; ferramentas, com aquisição de equipamentos para facilitar a produção dos participantes; e visibilidade, etapa dedicada à inserção desses talentos no mercado de influência. Em 2025, o projeto registrou seu maior alcance: uma versão online atraiu 38 mil inscritos, vindo de todas as regiões do Brasil.

A cerimônia contou com o CEO do Grupo, Marcelo Zimet, representantes das instituições parceiras e a presença dos influenciadores que acompanharam de perto a evolução dos alunos, como Dan Mendes, Nathalia Santos e Amanda Mendes. Os resultados foram festejados no palco: os creators formados alcançaram engajamento 4,8 vezes maior do que no início da formação.

Um programa que nasce da urgência

O Beleza Mais Diversa não surgiu ao acaso. Ele foi criado em resposta aos dados da Think Etnus, instituto especializado em consumo e comportamento da população negra. A pesquisa revelou que:

  • 33% das pessoas negras no Brasil não têm referências de beleza,
  • e outros 30% se inspiram em influenciadores digitais.

Mesmo assim, o mercado segue desigual: em um país com 56% da população preta ou parda, 66% dos influenciadores mais relevantes do país são brancos.

Foi nesse cenário de disparidade que a L’Oréal estruturou o programa, buscando reposicionar quem cria e quem é visto. Márcia Silveira, Head de Diversidade, Equidade e Inclusão para Advocacy do Grupo, reforça esse compromisso: “Vivemos em um país que a maioria da população se identifica como preta ou parda, mas isso não se reflete no mercado de creators. Como líder de beleza, temos o papel de contribuir para essa transformação.”

Representatividade ampliada: negros e PCDs no centro da formação

Nesta edição, a inclusão de pessoas com deficiência amplia ainda mais o alcance do projeto. Natália Paiva, diretora-executiva do MOVER, destaca o impacto:

“A segunda edição do Beleza Mais Diversa reforça nosso compromisso de ampliar oportunidades e impulsionar a representatividade na creator economy.”

Essa ampliação dialoga com a meta do Grupo L’Oréal: 50% dos influenciadores contratados pelas marcas já pertencem a grupos sub-representados, e a expectativa é de que pelo menos 70% dos creators formados pelo programa sejam contratados pelas marcas da companhia no país.

O mercado de influência é hoje uma das engrenagens mais expressivas da economia criativa, e também uma vitrine onde ausência pesa. Para Márcia Silveira, diversidade é a base para criar conexão real: “A economia criativa se constrói com base em pertencimento. Os consumidores precisam se sentir vistos, acolhidos e representados. A diversidade é a chave para isso.”

O programa Beleza Mais Diversa mostra que inclusão não acontece apenas no discurso. Ela exige formação, investimento, estrutura e intenção, especialmente quando se trata de garantir que criadores negros e PCDs acessem oportunidades que historicamente lhes foram negadas.

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Barbara Braga