Beleza
Após 15 anos, Guinness reconhece o novo maior cabelo afro feminino do mundo
Além da medida, o reconhecimento internacional marca a celebração da identidade, da autoestima e da resistência estética.
Pela primeira vez em 15 anos, o Guinness World Records tem uma nova detentora do título de maior cabelo afro feminino do mundo. A norte-americana Jessica “Jess” L. Martinez, de Nova York, acaba de conquistar o posto com um afro de dimensões impressionantes e de simbolismo ainda maior. O registro oficial, feito em 23 de outubro de 2025, confirma: seu cabelo atinge 29 cm de altura, 31 cm de largura e uma circunferência extraordinária de 190 cm, marca obtida com a ajuda de três pessoas para garantir a medição correta.
A façanha supera o recorde que por quase uma década e meia pertenceu à também norte-americana Aevin Dugas, figura histórica na celebração da estética natural. A passagem de título, inclusive, foi marcada por afeto e reconhecimento. Dugas ressaltou que “não é uma competição, é tudo amor”, em um gesto que reforça o espírito de comunidade presente na cultura do cabelo natural.
Para além da curiosidade numérica, o feito de Jess Martinez diz muito sobre identidade.
Em entrevista, ela afirmou que o título apenas confirma algo que sempre acreditou: “As coisas que nos fazem diferentes e únicos devem ser celebradas”.
Sua fala ecoa uma discussão importante que atravessa décadas, a do direito de existir com o cabelo natural sem ser alvo de estigmas, discriminação ou imposição de padrões europeus de beleza.
O afro de Jess, agora reconhecido mundialmente, se torna um símbolo de liberdade estética e afirmação cultural. Ele representa as meninas que aprenderam a esconder o volume, as mulheres que foram discriminadas no trabalho por usarem o próprio cabelo, e toda uma geração que encontrou na estética crespa um gesto político, afetivo e ancestral.
Manter um cabelo com essa circunferência exige rotina, cuidado e intenção, e também essa parte da história importa. Não se trata apenas do recorde, mas do caminho até ele: a aceitação, o orgulho e a escolha de assumir o cabelo ao natural como forma de expressão.




