29 de janeiro de 2025

Afri News

Exército ruandês invade República Democrática do Congo e ação é classificada como 'declaração de guerra'

Segundo a ONU, o M23 e mais de 3 mil soldados ruandeses avançaram rapidamente e agora cercam Goma

• 27/01/2025
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Foto: AP photo by Moses Sawasawa)

A chanceler da República Democrática do Congo (RDC), Thérèse Kayikwamba Wagner, denunciou neste domingo, em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, a entrada de novas tropas de Ruanda em território congolês. A ação foi classificada por ela como “uma declaração de guerra”.

Segundo a ministra, soldados ruandeses cruzaram os postos fronteiriços 12 e 13, que separam Goma (RDC) de Gisenyi (Ruanda), em plena luz do dia, violando a soberania do país. Ela pediu ao Conselho a imposição de sanções políticas e econômicas contra Ruanda, alegando que suas forças militares apoiam o grupo rebelde M23 na ofensiva para tomar Goma, capital da província de Kivu do Norte, uma região rica em minerais.

Foto: AP photo by Moses Sawasawa.

“O Conselho de Segurança deve impor sanções seletivas que incluam o congelamento de ativos e a proibição de viajar, não apenas contra os membros identificados da cadeia de comando das Forças Armadas ruandesas, mas também contra os responsáveis políticos por essa agressão” afirmou Thérèse, solicitando ainda um embargo total às exportações de minerais rotulados como ruandeses.

A reunião foi antecipada devido à escalada do conflito no leste da RDC, que já resultou na morte de 13 integrantes das forças de paz da ONU. Os Estados Unidos condenaram a incursão de Ruanda e do M23, pediram um cessar-fogo imediato e alertaram que Washington usará todas as ferramentas disponíveis contra aqueles que fomentam a violência.

A situação se agravou após o fracasso da mediação de Angola. Segundo a ONU, o M23 e mais de 3 mil soldados ruandeses avançaram rapidamente e agora cercam Goma, cidade de aproximadamente 1 milhão de habitantes.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, exigiu a retirada das forças ruandesas do território congolês e o fim do apoio ao M23. Seu porta-voz, Stephane Dujarric, reforçou que ataques contra equipes das Nações Unidas podem ser considerados crimes de guerra.

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