30 de janeiro de 2025

Afri News

Brasil segue como país que mais mata pessoas trans no mundo; maioria negra, segundo dossiê da Antra

Entre os 86 casos em que foi possível determinar a raça/cor das vítimas, 78% eram pessoas trans negras.

• 29/01/2025
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Foto: Reprodução

Um dossiê divulgado nesta segunda-feira (27) pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), em Brasília, revelou que 122 pessoas trans e travestis foram assassinadas no Brasil em 2024. Apesar de representar uma leve queda em relação a 2023, quando 145 mortes foram registradas, o número mantém o país como o mais letal para essa população pelo 16º ano consecutivo.

Segundo a Antra, a vítima mais jovem em 2024 tinha apenas 15 anos. O perfil das vítimas segue um padrão preocupante: a maioria é composta por “jovens trans negras, empobrecidas, nordestinas e assassinadas em espaços públicos, com requintes de crueldade”. Entre os 86 casos em que foi possível determinar a raça/cor das vítimas, 78% eram pessoas trans negras.

O estado com o maior número de assassinatos foi São Paulo. Do total de mortes registradas em 2024, 117 foram contra travestis e mulheres trans/transexuais, enquanto cinco foram contra homens trans e pessoas transmasculinas.

Medidas para combater a violência

Diante do cenário de violência persistente, a presidente da Antra reforça a necessidade de políticas públicas e ações concretas para garantir a segurança e os direitos da população trans. Entre as medidas propostas estão:

  • Promoção de campanhas educativas e de conscientização sobre os direitos trans em âmbito federal e estadual;
  • Cotas para pessoas trans em universidades;
  • Protocolos para escolas lidarem com casos de violência transfóbica;
  • Assegurar o direito ao nome social e identidade de gênero;
  • Incentivo à contratação e formação de profissionais trans;
  • Capacitação de profissionais da saúde para o atendimento da comunidade trans;
  • Treinamento de agentes de segurança pública e produção de dados específicos sobre a violência contra essa população;
  • Criação de uma linha específica de atendimento na assistência social.
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