• 22-11-2024

Além da participação no longa, o artista divulga seu mais recente álbum, o “PoemAto - Capítulo 1”

Às vésperas do aniversário de um ano da partida da icônica Gal Costa, um filme homônimo estrelado por Sophie Charlotte promete mergulhar nas profundezas da história dessa grande artista. E entre os talentos selecionados para compor esse elenco de estrelas está o multifacetado Barroso Eus. No longa "Meu Nome é Gal", dirigido por Dandara Ferreira e Lô Politi, Barroso interpreta ninguém menos que o renomado Jards Macalé, um artista tão diversificado quanto seu intérprete, como sugere seu próprio nome artístico. 

 

Para Barroso, que completou uma década de carreira no ano passado, participar desse projeto é mais do que uma simples atuação: é uma celebração de sua jornada artística. "Estávamos no auge da pandemia, não sabíamos se o filme seria realmente realizado, mas fizemos uma leitura na Paris Filmes e depois fomos enviados para uma casa isolada em Cotia para evitar o contágio pelo vírus. Ficamos lá, isolados, algo muito semelhante ao movimento Tropicália, onde eles viviam muito próximos uns dos outros, você sabe? Foi uma verdadeira imersão. A ideia partiu da Sophie Charlotte, e lá nós compartilhávamos filmes, músicas e referências. Nunca participei de um processo criativo tão singular!", conta Barroso. 

 

Para se preparar para o papel de Jards Macalé, Barroso mergulhou no universo musical do artista, encontrando uma conexão especial com a música "Movimento dos Barcos", uma faixa que ressoou profundamente com ele. Em um show de Macalé em São Paulo, Barroso teve a oportunidade de se apresentar ao próprio compositor. "Ele estava saindo e eu disse 'cara, prazer, vou interpretá-lo no filme da Gal Costa'. Então ele me disse 'você sabe que sou carioca, né?' Tiramos uma foto, ele perguntou se haveria uma cena de beijo, e revelou que teve um caso com Maria Bethânia. Eu nem sabia disso. Foi uma descoberta", revela Barroso. 

 

Durante as filmagens, Barroso e Macalé trocaram palavras pelas redes sociais, onde o artista carioca aprovou algumas coisas compartilhadas por Barroso via stories. "A entrada de Jards no filme acontece em um momento em que Gal está profundamente afetada pelo exílio de Caetano e Gil, mas também está ouvindo um chamado para se reinventar. Nesse ponto, surgem Macalé, Waly Salomão e Tom Zé. Eles fizeram várias colaborações musicais naquela época. A canção 'Vapor Barato', que inclusive eu canto no filme, é um exemplo disso", explica, referindo-se ao clássico regravado por diversos artistas da MPB ao longo dos anos. 

 

Jards Macalé é conhecido por sua contribuição fundamental para o lendário álbum "Transa", de Caetano Veloso, um feito que por si só o coloca entre os grandes da nossa música. Em relação à negritude, tema nem sempre abordado na obra do artista, Barroso encontra identificação em um lugar singular onde pessoas como ele e Jards muitas vezes são colocadas. "Existe essa questão de ele ser um homem pardo, e eu também vivo neste limbo de identificação. Tenho algumas passabilidades e privilégios, mas sou um homem negro, embora não seja retinto, e preciso assumir isso com responsabilidade. Não é uma questão de caos ou de delírio existencial", reflete Barroso. 

 

Além de sua notável atuação em "Meu Nome é Gal", Barroso também está celebrando o lançamento de seu mais recente trabalho musical, o curta-álbum visual "PoemAto - Capítulo 1". O álbum, produzido e dirigido pela equipe Filmes d’Ponta, Barroso, Selo Camarada e Estudio 99, foi lançado no final de setembro deste ano no FAM - Florianópolis Audiovisual Mercosul. O trabalho traz uma rica construção poética, característica marcante do artista multifacetado. Atualmente, o curta-álbum visual está sendo exibido em diversos festivais pelo Brasil e em breve estará disponível em todas as plataformas digitais. 

Redação Africanize

Redação do Africanize