Cultura
Artista suíço-brasileira Eva de Souza é imortalizada com a obra têxtil Zamambaia
Inspirada nas dores da humanidade, o bordado político é ferramenta de expressão artística e manifesto social.

Aartista suíço-brasileira Eva de Souza acaba de ser imortalizada com sua obra têxtil “Zamambaia: a testemunha silenciosa”, agora integrando o arquivo público Cantonale em Berna, na Suíça. A honraria foi conquistada a partir de uma criteriosa seleção que teve o objetivo de preservar importantes obras para as gerações futuras.
Reconhecida por sua contribuição criativa, Eva trouxe naarte têxtil Zamambaiaobordado políticocomomanifesto contra a violência e as desigualdades, uma realidade ainda latente no Brasil e em locais à margem da sociedade. A natureza é o pano de fundo que enaltece a flora e, do outro lado, está a truculência policial que ainda existe. As tramas dos bordados revelam a força de uma situação verídica com a suavidade da linha.
“Esse é o meu protesto contra as desumanidades, o esquecimento e o abandono. Zamambaia ilustra oracismo estruturale aviolência contra a mulher negraque perdura por gerações. A cada linha, um traço de pensamento e a construção de um desenho de ativismo. A minha obra é para gerar reflexão, consciência e estimular mudanças”,explica Eva de Souza.

Além de artista plástica, Eva é atriz e ativista e traz em seurepertório a mediação entre culturas e identidadesvisando transformações para umahumanidade mais respeitosa.Essas são as principais inspirações para suas obras.
Eva de Souza explica que o bordado político é à sua maneira de expressão, de elaboração e também de cura.“Falamos e criamos conexão com a arte. Ter a minha obra reconhecida traz um sentimento de imortalidade e imensa satisfação. Me orgulho desse momento e também por representar o Brasil na Europa, apresentando trabalhos que contribuem para o cenário artístico plural e diverso. Agora, me consolidei não apenas como uma artista suíço-brasileira, mas uma artista imortal”,ressalta.
