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Antonia Fontenelle se defende de acusação de racismo contra Erika Hilton, após atacá-la: "Tive dois maridos negros"
Influenciadora usou expressões como “preta do cabelo duro” e atacou a aparência da deputada; processo já tramita na Justiça de SP
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) entrou com uma ação judicial por racismo e transfobia contra a influenciadora digital Antonia Fontenelle, após declarações feitas durante uma live em julho. No vídeo, Fontenelle se refere a Erika com expressões como “preta do cabelo duro” e ataca diretamente sua aparência, em especial o uso de perucas loiras e procedimentos estéticos.
A parlamentar protocolou a ação no Tribunal de Justiça de São Paulo no dia 19 de julho, logo após tomar conhecimento do vídeo, que circulou nas redes sociais. A gravação mostra Fontenelle lendo uma reportagem sobre a votação de um projeto de lei no Congresso e dirigindo ataques pessoais à deputada, que votou contra a proposta.
“Você é preta do cabelo duro, como todos os pretos são, e isso não é demérito. Mas você não quer ser uma preta do cabelo duro, você quer ser uma branca loira,só que você não é e nunca vai ser. É uma trans que teve a chance de mostrar que poderia ter caráter independente”, declarou Fontenelle durante a transmissão.
Fontenelle se defende dizendo que apenas reproduzia falas públicas de Erika Hilton:
“Não fui eu que falei. Eu estava na minha live reproduzindo um discurso dela”, afirmou, antes de repetir: “Querida, você é preta, seu cabelo é duro. E isso não é demérito pra ninguém.”
Em outro trecho da live, a influenciadora ainda questiona o visual da parlamentar: “Ela foi eleita, operou o nariz, fez um nariz de branco que nem eu tenho. Ela só usa perucas loiras, lisas, de branco. E isso vai contra tudo o que ela pregava assim que foi eleita.”
Durante entrevista ao canal Tubacast, Fontenelle reagiu à ação judicial: “Estão me imputando um crime de racismo, que é gravíssimo. Eu convido a buscarem o meu histórico racista. Cuidado com o que vocês vão ver, hein: eu tive dois maridos negros. A maioria dos meus amigos, além de gays, são negros.”
