Afri News
“A culpa nunca é nossa”: Influenciadora Talita Oliveira denuncia abuso sexual sofrido em ônibus
Vítima de abuso durante viagem, ela decidiu tornar sua história pública para alertar e apoiar outras mulheres

Uma experiência traumática se tornou um chamado à conscientização. Talita Oliveira, vítima de abuso sexual durante uma viagem de ônibus na madrugada, decidiu compartilhar sua história para alertar outras mulheres e oferecer um guia de segurança em situações semelhantes.
O caso aconteceu em uma rota intermunicipal com destino a São Paulo, onde Talita viajaria a trabalho. Durante a madrugada, ela acordou ao perceber um homem alisando suas partes íntimas.
“Eu não consegui levantar, não consegui gritar, não consegui fazer nada. Era um homem enorme e o medo dele tentar me silenciar ou me apagar me travou completamente”, relatou.
Mesmo com uma amiga sentada ao lado, o agressor não se intimidou. Ao chegar em São Paulo, o homem fugiu antes que ela conseguisse pedir ajuda.
Apesar do trauma e de um exaustivo processo em delegacias, Talita seguiu para seus compromissos profissionais no mesmo dia. “Minhas amigas me abraçaram de uma forma incrível, e meu psicólogo tem sido essencial nesse processo”, afirmou.
Inicialmente, ela pensava em relatar o caso apenas a pessoas próximas. Mas a decisão de tornar o episódio público nasceu do desejo de impedir novas vítimas e fortalecer a consciência coletiva.
“O que eu passei já passou, mas quero que outras mulheres saibam como agir e que a gente tenha voz. A culpa nunca é nossa”, reforça.
A partir do que viveu, Talita reuniu orientações práticas para situações semelhantes:
- Ligue para o motorista: todo ônibus tem um telefone na cabine. O condutor é obrigado a parar o veículo na próxima base da Polícia Federal.
- Acione a polícia ainda dentro do ônibus: a chamada pode garantir que o agressor seja interceptado ao chegar na rodoviária.
- Procure a Delegacia da Mulher: foi lá que Talita relatou ter recebido o acolhimento necessário, com atendimento psicológico e registro cuidadoso do boletim de ocorrência.
Talita ainda alerta para o risco de usar medicamentos que induzem sono durante viagens. “Eu fico imaginando o que teria acontecido se eu tivesse tomado um antialérgico naquela noite. Que ponto ele poderia ter chegado se eu não tivesse acordado?”, questiona.
Entre conselhos práticos e alertas, Talita faz questão de reforçar o essencial: a vítima nunca é culpada.
“Não importa onde você estava sentado, se era roupa curta, se estava chamando atenção ou não. A culpa nunca é sua”, afirma.