Cinema e TV
EXCLUSIVO: Wunmi Mosaku diz ter mergulhado no culto de Ifá para gravar ‘Pecadores’: "Aprendi muito sobre mim"
Atriz fala sobre maternidade, ancestralidade e cenas intensas no thriller sobrenatural

Nesta quinta-feira (17), chega aos cinemas brasileiros ‘Pecadores‘ (Sinners), novo suspense sobrenatural estrelado por Michael B. Jordan e Wunmi Mosaku. Conhecida por papéis marcantes em ‘Lovecraft Country‘ e ‘Loki‘, a atriz vive agora Annie, uma mulher profundamente conectada às forças espirituais e às dores do passado. Para a Africanize, Wunmi descreveu a experiência de interpretar a personagem como algo transformador — “em um nível vibracional”.
“Annie me mudou”, afirma. “Aprendi muito sobre mim, sobre minhas raízes, interpretando essa mulher de feitiçaria conectada à terra e aos ancestrais. Me fez mergulhar na religião Ifá, me reconectar com algo que estava adormecido em mim. Foi como descobrir uma peça que faltava no meu quebra-cabeça.”

A maternidade, ponto central na vida de Annie, também ressoou fortemente em Wunmi. A atriz conta que só compreendeu totalmente a personagem após vivenciar o amor de mãe. “Ela aceita o Smoke — com sua dor, ausência e retorno — de forma plena. Só entendi isso porque também sou mãe. Não sabia o quanto havia crescido até conhecê-la.”
‘Pecadores‘ gira em torno de laços espirituais e familiares, e o triângulo complexo entre Annie, Smoke (interpretado por Michael) e Stack, a outra persona do mesmo homem. “Annie é a outra metade do Smoke”, explica Wunmi. “Stack é o lado denso, que às vezes a afasta dele. Há tensão, fricção, mas também compreensão: ambos precisam coexistir para que Smoke continue inteiro.”

A relação entre os personagens transcendeu o roteiro. Para Wunmi, contracenar com Michael foi uma experiência quase mística. “Quando ele era o Smoke, nossa troca era leve, intensa e afinada. Quando era Stack, havia uma distância. Eu sabia só pela energia quem estava entrando no set — não precisava nem olhar.”
Em meio às tensões dramáticas e aos embates físicos — como a sequência de luta no juke joint —, Annie se transforma em uma líder, guiada por conhecimento ancestral. “Foi um desafio manter a intensidade ao longo das semanas de gravação”, relembra. “Mas também foi divertido — e um pouco assustador, especialmente com o sangue falso por todo lado!”

Para Wunmi, o maior legado de Pecadores vai além da tela. “Esse filme me ensinou que arte, história, comunidade e propósito são portais. Portais para o que fomos, o que somos e o que ainda podemos ser.”