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As tranças nagôs foram usadas por escravos para fazer mapas e rotas de fugas no Brasil
Qual a capacidade do nível de embranquecimento da sociedade?
Certamente você já topou com alguém usando a trança nagô, um penteado que exalta a beleza e a cultura africana.
Temos hoje ramificações das tranças nagô, mas sempre referenciando sua origem de alguma maneira como Box Braids, Tiara, Boxeadora, Faux Locs, Embutida, Jumbo, entre outras.
No entanto, toda essa representatividade foi reduzida ao termo:”Trança Mandraka”.
Agora, precisamos entender a onda que o termo Mandraka vem tomando e qual o seu significado
Esse termo tomou uma grande proporção nas redes sociais e sua palavra vem do inglês e se refere a mandrágora, uma planta que tem atributos afrodisíacos, alucinógenos, analgésicos e narcóticos. Já a gíria é usada para descrever alguém estiloso e que chama atenção dos outros ao seu redor.
Sinto um pitada de “marginalização gourmetizada” ao criarem as Tranças Mandraka, pois é tendência exaltar como belo, àquilo que determinado grupo vê como algo que quebra padrões ou impõe uma imagem descolada.
Imagino que manter o nome de tranças nagô vai quebrar o título de estilo e descolado da galera, então que tal mudar o nome né?
Lembremos dos versos de Baco Exu do Blues na música “Bluesman”:
“Tudo que quando era preto era do demônio,
E depois que virou branco foi aceito…”
Trança nagô! Não Trança Mandraka. Sem mais!
Redação do Africanize
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