• 21-11-2024

As tranças nagôs foram usadas por escravos para fazer mapas e rotas de fugas no Brasil

Qual a capacidade do nível de embranquecimento da sociedade?    
Certamente você já topou com alguém usando a trança nagô, um penteado que exalta a beleza e a cultura africana. 

 


Temos hoje ramificações das tranças nagô, mas sempre referenciando sua origem de alguma maneira como Box Braids, Tiara, Boxeadora, Faux Locs, Embutida, Jumbo, entre outras.

 

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No entanto, toda essa representatividade foi reduzida ao termo:”Trança Mandraka”.    
Agora, precisamos entender a onda que o termo Mandraka vem tomando e qual o seu significado



Esse termo tomou uma grande proporção nas redes sociais e sua palavra vem do inglês e se refere a mandrágora, uma planta que tem atributos afrodisíacos, alucinógenos, analgésicos e narcóticos. Já a gíria é usada para descrever alguém estiloso e que chama atenção dos outros ao seu redor.



Sinto um pitada de “marginalização gourmetizada” ao criarem as Tranças Mandraka, pois é tendência exaltar como belo, àquilo que determinado grupo vê como algo que quebra padrões ou impõe uma imagem descolada.     
Imagino que manter o nome de tranças nagô vai quebrar o título de estilo e descolado da galera, então que tal mudar o nome né?    
Lembremos dos versos de Baco Exu do Blues na música “Bluesman”:    

“Tudo que quando era preto era do demônio,    
E depois que virou branco foi aceito…”    

Trança nagô! Não Trança Mandraka. Sem mais!    
 

Redação Africanize

Redação do Africanize