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Samuel Gomes e o legado do “Guardei no Armário”: uma década contando histórias que libertam
Criador de conteúdo e fellow do programa Lideranças SIM, do ID_BR, conquista investimento de R$200 mil e amplia seu impacto social
Mais do que um criador de conteúdo, Samuel Gomes é um contador de histórias. Escritor, palestrante e ativista da diversidade, ele é o nome por trás do projeto “Guardei no Armário”, criado em 2013 como um canal no YouTube para compartilhar relatos de pessoas LGBTQIAPN+ em suas jornadas de aceitação. O que começou como uma experiência pessoal se tornou um movimento de impacto social, que há mais de uma década ressignifica identidades, cura feridas e abre caminhos para novas narrativas.
Com mais de 130 entrevistas publicadas, 2 milhões de visualizações e um livro homônimo lançado pela Companhia das Letras, o Guardei no Armário é hoje o maior acervo de relatos de “saídas do armário” do mundo. A plataforma evoluiu para um ecossistema multimídia que aborda identidade, saúde mental, sustentabilidade e representatividade, consolidando Samuel como uma das vozes mais influentes no debate sobre diversidade no Brasil.
“O projeto nasceu do desejo de contar histórias como a minha de quem teve medo, mas encontrou coragem. Eu quis criar um espaço seguro, onde o ato de se reconhecer fosse celebrado e não punido.”
Publicitário de formação, Samuel soma mais de 20 anos de experiência no mercado de comunicação, área em que também atua como consultor e estrategista. Em 2025, ele se tornou fellow do programa Lideranças SIM, do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), formação que redefine a presença de pessoas negras e indígenas em cargos de liderança.
“Mesmo atuando há muitos anos, o Lideranças SIM me ajudou a me enxergar como liderança de fato. Foi um processo de autoconhecimento e estruturação entender o caminho que me trouxe até aqui e transformá-lo em estratégia.”
A partir dessa experiência, Samuel passou a enxergar o Guardei no Armário não apenas como um projeto de visibilidade, mas como uma plataforma de transformação coletiva. Em 2025, ele celebrou 10 anos de trajetória com o especial “Guardei no Armário – O Talk Show ao Vivo”, realizado no Sesc Consolação, com participações de Érica Malunguinho, Giovanna Heliodoro e outras personalidades que inspiram pertencimento e resistência. O projeto agora se prepara para uma turnê nacional em 2026, levando o registro de histórias LGBTQIAPN+ de diferentes regiões do país.
Recentemente, Samuel conquistou o Shark Tank Brasil – versão Creators 2025, recebendo um aporte de R$200 mil da Farmax. Mas o prêmio é apenas uma consequência natural de uma caminhada que sempre foi pautada por propósito.
“O Shark Tank foi um capítulo, mas a história é maior. É sobre transformar vivências em ferramenta de mudança. Sobre fazer o que eu sempre quis fazer: dar visibilidade a quem nunca teve voz.”
Com o investimento conquistado, Samuel planeja ampliar a equipe e percorrer as cinco regiões do Brasil para documentar histórias de quilombolas, indígenas, imigrantes, refugiados e outras identidades que ainda têm pouca visibilidade. A ideia é seguir transformando o Guardei no Armário em uma plataforma viva sobre identidade, diversidade, saúde mental e sustentabilidade.
