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Prêmio Ubuntu é adiado após falta de retorno da Secretaria de Cultura do Estado do Rio
O evento, marcado para reconhecer mais de 60 agentes da cultura negra, segue sem previsão de realização devido à ausência de devolutiva institucional.
Na última terça-feira (25), após a divulgação de uma Nota de Adiantamento, a secretaria entrou em contato por volta das 22h, solicitando uma reunião urgente para o dia seguinte. Durante o encontro, no dia 26, a equipe do prêmio apresentou novamente o projeto e reforçou a necessidade do aporte financeiro. A fundadora Paula Tanga afirma que houve sinalização de empenho e promessa de retorno por parte da secretária. No entanto, desde então, nenhuma nova resposta foi enviada pela pasta.
A premiação é um projeto voltado a reconhecer artistas, coletivos, agentes culturais e iniciativas que fortalecem a representação negra no campo da cultura. A premiação se alinha às políticas públicas de redução das desigualdades e às diretrizes da ODS 10, atuando como ferramenta de visibilidade e valorização da contribuição da população negra para a história sociocultural brasileira.
Segundo a organização, o compromisso com a SECECRJ foi estabelecido pelo representante responsável pela captação de recursos, garantindo que a premiação poderia ser executada com planejamento, segurança e contratações antecipadas. A relação institucional seguia ativa desde agosto, sem registros de negativa formal.
A organização afirma que a falta de posicionamento ocorre justamente em pleno Novembro Negro, mês dedicado à valorização da identidade e da produção cultural negra, e considera o silêncio institucional um indicativo de instabilidade na relação com projetos voltados às pautas raciais. Segundo a equipe, a situação também contrasta com o Pacto Cidade Antirracista, firmado no Rio de Janeiro em 2022 para ampliar o compromisso público com políticas de combate ao racismo.
O evento permanece estruturado, mas sem previsão de continuidade institucional. A realização depende da confirmação do aporte financeiro, necessário para garantir as condições mínimas de execução.
“O que estamos vivendo evidencia uma questão séria. Não sabemos se se trata de uma falha de comunicação institucional ou de um desinteresse por uma pauta que deveria ser tratada como prioridade”, afirma Paula Tanga, fundadora do Prêmio Ubuntu.
A organização mantém o compromisso com o público e com os artistas e afirma seguir aguardando que o Governo do Estado cumpra o acordo estabelecido.




