26 de novembro de 2025

Prêmio Potências!

Prêmio Potências! 2025: veja a lista completa de vencedores

A cerimônia reuniu grandes nomes da música, do cinema, do esporte e da comunicação e marcou a homenagem a Péricles e ao legado de Preta Gil.

Cibele Almeida | 25/11/2025
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- Crédito: Jordan Vilas

A Sala São Paulo viveu outra noite histórica. Na última segunda-feira (24), o Prêmio Potências 2025 reuniu artistas, criadores, lideranças e narrativas que moldam a cultura brasileira contemporânea. Uma edição marcada por memória, homenagem e presença. E, acima de tudo, por maturidade cultural.

O evento – que se consolidou como uma das principais celebrações da contribuição preta para a arte, comunicação e entretenimento do país – entregou sua quinta edição com a força de quem entende que excelência também é política.

A noite de Péricles

Péricles foi o fio condutor da cerimônia. Celebrando 40 anos de carreira, o cantor abriu a noite com Drão, de Gilberto Gil, em um gesto que atravessou gerações e preparou o palco para a homenagem que viria. Ícone do pagode, ponte entre passado e futuro da música preta, ele reconheceu no microfone o peso daquele momento.

“Tem muita gente que chegou antes de mim. A gente está aqui construindo ponte e plantando sementes”, disse. Uma fala que ressoou como síntese da própria premiação.

Ao lado dele, performances de Rael, Jota.pê, Karol Conká, Duquesa, Jude Paula e Kenan & Kel mostraram o panorama vibrante da música preta brasileira em 2025 – um ano em que os gêneros híbridos, as raízes afro-brasileiras e a estética de resistência tomaram proporções ainda maiores no mainstream.

A estatueta ganha nome

Em um gesto que emocionou a plateia, Julio Beltrão – CEO e idealizador do Potências – anunciou que a estatueta entregue a partir deste ano se chamará Troféu Preta Gil.

A escolha não é apenas simbólica. Preta foi coidealizadora do prêmio, voz ativa na defesa da visibilidade preta na indústria e presença decisiva na formação da identidade do evento. Em 2025, seu legado se faz ainda mais urgente diante da expansão dos debates sobre representatividade e memória no audiovisual e na música.

O impacto de 2025

A edição deste ano reforçou a força de um ecossistema cultural que vem se estruturando de forma mais sólida e diversa. Marcas como Salon Line, Fenty Beauty, TikTok, Johnnie Walker, Porto, Fiat e Stanley estiveram no hall de patrocinadores – um movimento que revela como o mercado passa a reconhecer, com mais seriedade, o valor estratégico de apoiar iniciativas conduzidas por pessoas negras.

A transmissão multiplataforma com DiaTV e PodPah ampliou o alcance da cerimônia, conectando o prêmio a novos públicos e consolidando o Potências como um evento vivo, digital e atento ao comportamento do país.

Os vencedores da noite

A curadoria da premiação destacou nomes que impulsionaram conversas, estéticas e narrativas ao longo do ano:

Artista Revelação — Ajuliacosta
Música do AnoFoguinho — Gaby Amarantos
Creator do Ano — Nicolly Martins
Profissional do Ano — Zé Ricardo
Campanha do AnoRealezas Negras (White Horse/Diageo – Gana)
Apresentadores do Ano — Kenya Sade e Thiago Oliveira
Ator Coadjuvante — Lucas Leto
Atriz Coadjuvante — Alice Carvalho
Ator do Ano — Seu Jorge
Atriz do Ano — Bella Campos
Atleta do Ano — Rodrigo Pantera
Personalidade do Ano — Gilberto Gil
Artistas do Ano — Liniker e Jota.pê

Destaques como Rodrigo Pantera, que vem ampliando a visibilidade do fisiculturismo preto em 2025, e Nicolly Martins, uma das criadoras mais influentes do TikTok brasileiro este ano, reforçam como o Potências acompanha as transformações das plataformas e das linguagens digitais.

Um prêmio que não é apenas um prêmio

O Potências nasceu para celebrar, mas também para reorganizar a lógica do reconhecimento no Brasil. Ao escolher quem ilumina, o prêmio cria impacto. Ao nomear sua estatueta em homenagem a Preta Gil, ele estabelece genealogia. Ao homenagear Péricles, ele afirma continuidade.

Em 2025, a cerimônia deixa claro que narrativas pretas não precisam mais pedir passagem. Elas constroem o caminho. O Potências é o retrato de uma cultura que se expande, que reivindica complexidade e que produz novas referências todos os dias.

A noite terminou em festa – mas, para quem acompanha essa construção de perto, ficou a sensação de que a celebração é só parte do trabalho. O resto se faz no cotidiano: nas telas, nos palcos, nos sets, nas campanhas, nos encontros e nos espaços que a comunidade continua ocupando e redefinindo.

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Cibele Almeida