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Polícia resgata 256 pessoas em mina de ouro ilegal na África do Sul; 78 pessoas morreram
Ação policial incluiu o corte do fornecimento de água e alimentos aos mineiros
As operações de resgate em uma mina de ouro ilegal na cidade de Stilfontein, na África do Sul, chegaram ao fim nesta quinta-feira (16). Após meses de cerco policial, pelo menos 78 pessoas morreram e 246 sobreviventes foram resgatados. A maioria dos sobreviventes, oriunda de Moçambique, Zimbábue e Lesoto, enfrenta acusações como imigração ilegal, invasão de propriedade e mineração ilegal.
A ação policial, que incluiu o corte do fornecimento de água e alimentos aos mineiros desde agosto, foi criticada por entidades sindicais. O sindicato dos mineiros classificou a operação como o “pior massacre patrocinado pelo Estado desde o fim do apartheid”.
As equipes de resgate começaram a operar na segunda-feira (13), utilizando uma gaiola metálica para descer até as profundezas da mina. A retirada dos corpos e o resgate dos sobreviventes, muitos em condições de saúde críticas, foi coordenada por determinação do tribunal da região.
Mzwandile Mkwayi, 36, foi um dos dois voluntários locais que desceram para auxiliar no resgate. Ele descreveu a experiência como profundamente traumática. “Coloquei os corpos nos sacos com minhas próprias mãos. Foi a primeira vez em que vi uma pilha de mortos. Isso vai me traumatizar pelo resto da vida”, afirmou à agência Reuters.
Mkwayi explicou que, apesar do medo, decidiu se voluntariar por empatia com os mineiros. “Essas pessoas são nossos irmãos”, disse.
A polícia justificou as medidas extremas como parte de sua estratégia para combater a mineração ilegal no país. “Permitir o fornecimento de alimentos e água teria significado permitir que a criminalidade prosperasse”, declarou a corporação.