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Polícia Federal resgata trabalhadores em situação análoga à escravidão e destrói garimpo ilegal no Amazonas
Ação teve como base denúncias de exploração de trabalhadores em condições degradantes e do uso de cianeto na extração do minério
Mais de cinquenta trabalhadores em situação análoga à escravidão foram resgatados durante a Operação Mineração Obscura 2, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no município de Maués, no interior do Amazonas. A ação, que ocorreu entre os dias 31 de janeiro e 2 de fevereiro, também resultou na destruição de minas subterrâneas utilizadas para a extração ilegal de ouro.
A operação foi conduzida de forma integrada entre a PF, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). A ação teve como base denúncias de exploração de trabalhadores em condições degradantes e do uso de cianeto na extração do minério.
Durante a operação, os agentes inutilizaram quatro minas subterrâneas, oito motores e 30 acampamentos utilizados pelos garimpeiros. As investigações revelaram que os trabalhadores eram submetidos a jornadas exaustivas, sem acesso a direitos básicos e expostos a substâncias químicas tóxicas. Eles eram obrigados a realizar a extração de ouro por meio da “modalidade poço”, na qual precisavam descer em buracos profundos para retirar o minério.
Segundo a Polícia Federal, o garimpo alvo da operação é um dos mais antigos do Brasil e, pela primeira vez, foi alvo de uma ação de desintrusão em sua estrutura subterrânea. O impacto ambiental causado pela atividade ilegal já foi estimado em mais de R$ 1 bilhão, considerando o desmatamento, a contaminação de lençóis freáticos e a degradação de áreas de preservação.
