Música
Morre D’Angelo, ícone do neo-soul e um dos maiores artistas da música negra contemporânea
Cantor faleceu aos 51 anos após uma batalha privada contra o câncer de pâncreas, segundo sites internacionais

O cantor e multi-instrumentista D’Angelo, nome artístico de Michael Eugene Archer, morre aos 51 anos, de acordo com reportagens publicadas nesta terça-feira (14) pelos sites People e The Sun. Segundo as publicações, o artista norte-americano teria enfrentado de forma privada uma batalha contra o câncer de pâncreas. Até o momento, nenhum comunicado oficial foi emitido pela família, empresários ou gravadora do músico.
Considerado um dos nomes mais influentes do neo-soul, D’Angelo redefiniu a música negra nos anos 1990 ao unir soul, R&B, funk, jazz e gospel em um som carregado de emoção e ancestralidade. Seu álbum de estreia, Brown Sugar (1995), foi um divisor de águas para o gênero, abrindo caminho para uma geração de artistas que incluía Erykah Badu, Maxwell e Lauryn Hill.
Em 2000, o lançamento de Voodoo consolidou sua posição como um dos músicos mais respeitados de sua geração. O disco, vencedor do Grammy de Melhor Álbum R&B, é lembrado pelo clássico “Untitled (How Does It Feel)”, cujo videoclipe se tornou um marco cultural e sensual na história da música. Após um longo hiato, D’Angelo retornou em 2014 com Black Messiah, um álbum político e visceral que refletia o clima de protesto nos Estados Unidos durante o movimento Black Lives Matter. A obra foi aclamada pela crítica e reafirmou sua relevância como artista que sempre colocou a negritude no centro da arte e da espiritualidade.
Nascido em 11 de fevereiro de 1974, na Virgínia (EUA), D’Angelo cresceu em uma família religiosa e aprendeu a tocar piano ainda criança. Suas composições são marcadas pela fusão entre fé, sensualidade, vulnerabilidade e resistência. Ao longo da carreira, venceu quatro prêmios Grammy e se tornou referência estética e sonora para nomes como Anderson .Paak, H.E.R., Frank Ocean e Miguel.