África
Mike Tyson volta ao Congo para homenagear os 50 anos da luta que mudou o boxe mundial
O ex-campeão retorna ao Congo para celebrar o legado do boxe, suas raízes africanas e homenagear as vítimas do genocídio congolês

Cinquenta anos depois de um dos momentos mais icônicos da história do boxe, Mike Tyson voltou à República Democrática do Congo. O ex-campeão mundial desembarcou em Kinshasa em 18 de outubro de 2025, para participar das celebrações do cinquentenário de The Rumble in the Jungle, a lendária luta entre Muhammad Ali e George Foreman, realizada em 1974.
A visita, registrada pela Reuters, incluiu uma série de encontros oficiais, atividades culturais e homenagens que reforçaram a ligação simbólica entre o esporte, a memória e o continente africano.
O ponto alto da viagem foi a passagem de Tyson pelo Ali-Foreman Stadium (antigo Estádio 20 de Maio), palco original da luta histórica vencida por Ali. Diante de um público emocionado e dezenas de jovens pugilistas, Tyson relembrou o impacto daquela noite que colocou a África no centro do mundo esportivo.
“Este é o solo onde gigantes caminharam. Voltar aqui é lembrar que o boxe sempre foi mais do que um esporte foi um grito de liberdade”, declarou Tyson durante o evento.

Além da visita ao estádio, Tyson foi recebido pelo presidente Félix Tshisekedi, com quem conversou sobre o papel do esporte como ferramenta de transformação social. O ex-campeão falou sobre suas raízes africanas, chamando o retorno ao Congo de “um reencontro espiritual com a terra que inspirou gerações inteiras”.
Durante sua estadia, Tyson visitou academias de boxe locais, conversou com jovens atletas e incentivou o desenvolvimento do esporte no país, destacando a importância da disciplina e da autoconfiança como caminhos de emancipação pessoal.
Outro momento marcante foi a visita ao Memorial GENOCOST, em Kinshasa, um espaço dedicado à memória das vítimas dos conflitos e genocídios ocorridos na República Democrática do Congo. O gesto foi descrito por autoridades locais como um ato de solidariedade e consciência histórica, reforçando o compromisso de Tyson com causas humanitárias. Ao prestar homenagem aos milhões de vidas perdidas, o ex-campeão lembrou que o reconhecimento e a justiça são passos essenciais para a cura coletiva.

“O mundo precisa lembrar. Não há futuro sem memória”, afirmou Tyson durante a visita, em fala reproduzida por portais locais.
A presença do ídolo americano no país vai além da comemoração esportiva. Ela simboliza um elo entre gerações entre Muhammad Ali, que transformou o ringue em tribuna de resistência, e Mike Tyson, que hoje revisita o continente não como lutador, mas como homem em busca de reconexão, consciência e ancestralidade.