22 de outubro de 2025

Afri News

Lagos em luto: quatro mulheres eleitas morrem em menos de dois meses após a posse

Mortes repentinas levantam dúvidas sobre causas e representam retrocesso na participação feminina na política nigeriana

• 24/09/2025
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Reprodução: Daily Post

O estado de Lagos, na Nigéria, vive um momento de choque e consternação após a morte de quatro mulheres eleitas, todas falecidas em um intervalo de pouco mais de dois meses após tomarem posse em seus cargos políticos.

As perdas mais recentes ocorreram em setembro: Oluremi Ajose, vice-presidente do Conselho Local de Badagry West, morreu no dia 20, apenas 55 dias após a posse; e Basirat Mayabikan, vereadora de Shomolu, faleceu no dia seguinte, com 56 dias de mandato.

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Antes delas, duas outras vereadoras haviam perdido a vida em agosto: Oluwakemi Rufai, representante de Ibeju-Lekki, que morreu em 13 de agosto, apenas 17 dias após assumir o cargo; e Zainab Shotayo, de Odi-Olowo/Ojuwoye, que faleceu em 18 de agosto, aos 30 anos, 22 dias após a posse.

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Nos casos de Rufai e Shotayo, comunicados oficiais mencionaram apenas “breve enfermidade” como causa das mortes. Já os falecimentos de Ajose e Mayabikan seguem sem detalhes divulgados, o que alimenta especulações entre moradores e opositores políticos.

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Em fóruns locais, muitos nigerianos têm questionado a repetição das tragédias em tão curto espaço de tempo, descrevendo as circunstâncias como suspeitas. O porta-voz do partido APC em Lagos, Seye Oladejo, no entanto, negou qualquer relação com perseguição política e pediu que o público resista à desinformação. Segundo ele, o partido mantém compromisso histórico com a inclusão de mulheres na política.

As quatro mortes abalaram comunidades locais e lideranças políticas. Presidentes de conselhos e autoridades da Conferência 57, que reúne dirigentes de Lagos, expressaram condolências e destacaram a importância das parlamentares para a representatividade feminina.

“Essas perdas não são apenas para suas famílias, mas para todo o esforço de dar voz às mulheres no governo local”, disse Usman Hamzat, secretário da Conferência 57.

Com a morte dessas quatro vereadoras, Lagos enfrenta um grande retrocesso na luta por maior participação das mulheres na política, em um país onde a sub-representação feminina nos espaços de poder continua sendo um dos maiores desafios democráticos.

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