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Justiça absolve todos os réus por incêndio no Ninho do Urubu, e famílias prometem continuar lutando
Decisão que inocenta sete acusados reacende dor e indignação de familiares dos dez jovens mortos na tragédia de 2019
A Justiça do Rio de Janeiro absolveu todos os sete réus no processo criminal pelo incêndio no Ninho do Urubu, ocorrido em 2019, que matou dez jovens atletas das categorias de base do Flamengo. A decisão, proferida pela 36ª Vara Criminal da Capital, considerou que não há provas suficientes para responsabilizar criminalmente os acusados entre eles, ex-dirigentes e funcionários do clube.
O juiz entendeu que não foi possível comprovar o nexo direto entre as ações dos réus e as mortes causadas pelo incêndio, ocorrido em 8 de fevereiro de 2019, em um alojamento improvisado feito de contêineres metálicos. A tragédia vitimou adolescentes com idades entre 14 e 17 anos, que dormiam no local após os treinos.
A Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu) repudiou a decisão, classificando-a como mais um capítulo de impunidade no país. Em nota, os familiares afirmaram que continuarão a lutar por justiça e segurança nos centros de treinamento brasileiros, lembrando que a dor e o trauma permanecem vivos seis anos depois da tragédia.
“A decisão judicial não apaga as vidas perdidas, nem as falhas estruturais que permitiram que o incêndio acontecesse. Seguiremos em busca de justiça por nossos filhos”, declarou a associação.
Mesmo com a absolvição criminal, o Flamengo já foi condenado em processos civis e trabalhistas, sendo obrigado a indenizar as famílias das vítimas. No entanto, organizações e defensores de direitos humanos destacam que a ausência de punição penal evidencia a dificuldade do sistema brasileiro em responsabilizar instituições poderosas quando vidas periféricas e negras estão em jogo.
