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Intoxicação por metanol: uma ameaça silenciosa que pode ser fatal
De bebidas adulteradas a produtos industriais, o metanol pode causar cegueira e até morte em poucas horas
O metanol, também conhecido como álcool metílico, é uma substância presente em combustíveis e solventes industriais. Fora do uso controlado, ele representa um risco silencioso. Quando ingerido, inalado ou absorvido pela pele, o metanol se transforma no organismo em formaldeído e ácido fórmico, compostos altamente tóxicos que atacam o sistema nervoso e podem causar lesões irreversíveis.
Os casos mais comuns de intoxicação por metanol estão ligados ao consumo de bebidas adulteradas, produzidas de forma clandestina com substituição do etanol. Também existem registros de envenenamentos acidentais por ingestão de produtos de limpeza e por exposição em ambientes mal ventilados.
Os sintomas iniciais costumam aparecer poucas horas após a ingestão: dor de cabeça, tontura, náusea e mal-estar abdominal. Com a progressão, os sinais tornam-se mais graves, incluindo visão turva, sensação de “neve visual” e até cegueira permanente. Convulsões, confusão mental e coma também podem surgir entre 12 e 48 horas depois. Pequenas quantidades já são perigosas, cerca de 10 mililitros podem comprometer a visão, enquanto 30 mililitros ou mais podem ser fatais.
O tratamento médico precisa ser imediato. Em hospitais, os antídotos como fomepizol ou etanol bloqueiam a transformação do metanol em substâncias tóxicas. Nos casos graves, a hemodiálise é essencial para eliminar o veneno do sangue, além da correção da acidose metabólica e suporte intensivo para manter os órgãos funcionando.
Por isso, a prevenção é considerada a principal forma de proteção. Especialistas alertam que o consumo de bebidas de procedência duvidosa é o maior risco. Produtos industriais contendo metanol devem estar sempre rotulados, armazenados em locais seguros e fora do alcance de crianças.




