11 de julho de 2025

Red Bull Dance Your Style

Improvisar é a regra: entenda o coração do Red Bull Dance Your Style

No RBDYS, não há passos ensaiados. A dança acontece no agora, e é o público quem decide quem domina a pista

• 10/07/2025
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Foto: Foto: Little Shao / Red Bull Content Pool

Sabe aquele momento em que a música começa e ninguém faz ideia do que vem a seguir? No Red Bull Dance Your Style é assim. Não existe coreografia, roteiro ou ensaio. Existe batida, corpo e reação. O improviso é a alma do maior campeonato de dança urbana do mundo. E cada movimento conta uma história – de resistência, alegria, identidade.

Improvisar, ao contrário do que muitos pensam, não é fazer por fazer. É criar com o corpo em tempo real, usando tudo que se tem: técnica, memória, cultura, vivência. Estudos da neurociência mostram que improvisar ativa áreas do cérebro ligadas à criatividade e à tomada de decisão. É como se o corpo pensasse antes da mente. Ali, cada batida é um chamado, e cada passo, uma resposta.

A lógica da competição é simples: dois dançarinos se enfrentam ao som de músicas surpresa – pode ser funk, trap, pop, tecnomelody ou pagodão. O público decide o vencedor levantando placas vermelhas ou azuis. Quem vence avança. Quem perde, passa o bastão. E assim, passo a passo, se constrói o caminho até a final nacional.

Foi nesse palco que nomes como André DB levaram o passinho do Rio direto para a final mundial de 2023. “Foi difícil, mas foi interessante poder trazer o passinho, o afro e o vogue para dentro dessas músicas diferentes”, contou ele. Já Ryan Furia JR, que cresceu vendo o pai dançar popping, escolheu a liberdade do hip-hop freestyle: “Meu pai sempre dançou popping, e eu amo muito, mas no hip-hop não fico tão restrito às contrações, me sinto mais livre.”

A seguir, conheça os estilos que brilham nas pistas do Red Bull Dance Your Style:

LOCKING

Com origens nos anos 70 e raízes no funk, o locking tem uma vibe divertida e expressiva. Os movimentos são inspirados em personagens de desenho animado e programas de TV, como Scooby-Doo e Tom & Jerry. O nome vem do gesto ‘lock’ (travar), criado por Don Campbell, quando tentou fazer um passo e travou no meio. O resultado virou um estilo mundialmente reconhecido.

Foto: Marcelo Maragni / Red Bull Content Pool

HIP-HOP FREESTYLE

É o estilo que mais se transforma de dançarino pra dançarino. O hip-hop freestyle nasceu das danças sociais do início da cultura hip-hop e se mistura com influências de filmes, da vida cotidiana e da natureza. É livre, flexível, cheio de identidade. O importante não é o passo, mas o jeito como se dança.

Foto: Marcelo Maragni / Red Bull Content Pool

POPPING

Criado na Costa Oeste dos EUA, o popping é marcado por contrações musculares (os famosos “pops”) que criam efeitos visuais incríveis. Com influências da música eletrônica e estética robótica, os dançarinos parecem manipular o tempo com o próprio corpo. Também é comum ver variações como waving e tutting dentro do estilo.

Foto: Ali Bharmal / Red Bull Content Pool

HOUSE

Nascido nas baladas underground de Chicago e Nova York, o house mistura passos rápidos com fluidez no tronco e nos braços. É multicultural: traz influências de danças africanas, latinas, indígenas e do jazz. É dançar com os pés e com o coração, sempre ao som de batidas de house music.

Foto: Brian Hall / Red Bull Content Pool


KRUMPING

Explosivo, visceral, intenso. O krump nasceu nas periferias de Los Angeles como forma de protesto e autoexpressão. Movimentos fortes, batidas no peito, explosões de energia. Cada gesto carrega emoção crua: raiva, alegria, fé. É a dança do grito silencioso das ruas.

Foto: Marcelo Maragni / Red Bull Content Pool

WAACKING

Dos clubes disco de Los Angeles para o mundo. O waacking surgiu entre as comunidades LGBTQIA+ e é uma explosão de expressão, com braços velozes, poses dramáticas e muita personalidade. Cada passo é uma narrativa – e o corpo é o protagonista.

Foto: Muriel Rieben / Red Bull Content Pool

VOGUING

Vindo das ballroom scenes de Nova York nos anos 60, o voguing é arte, estilo e afirmação. Inspirado em poses de revistas como a Vogue, combina gestos precisos, desfiles, quedas e performances que celebram o orgulho, a beleza e a resistência das comunidades LGBTQIA+ e negras.


Foto: Marcelo Maragni / Red Bull Content Pool

PASSINHO

Direto dos bailes funk cariocas, o passinho é uma mistura vibrante de samba, capoeira, frevo, break e criatividade de sobra. Surgiu nas favelas, ganhou as ruas e hoje é referência internacional. Rápido nos pés, solto na cintura e com o gingado do Brasil inteiro, o passinho virou símbolo de potência cultural. Em 2023, André DB levou o estilo para o mundial em Frankfurt, representando o Brasil com garra.

Todos esses estilos se encontram no Red Bull Dance Your Style. O palco é coletivo, mas o estilo é individual. Como diz Raquel Cabaneco, curadora do evento: “Cada região tem sua identidade, sua forma única de se expressar pela dança. Quando levamos a competição para outras localidades, revelamos talentos e criamos pontes — entre estilos, histórias e vivências.”

Foto: Marcelo Maragni / Red Bull Content Pool

A final nacional acontece no dia 12 de julho, no Parque das Mangabeiras, em Belo Horizonte (MG), com entrada gratuita  (clique aqui para retirar o ingresso). Quem vencer, leva o nome do Brasil para Los Angeles, na grande final mundial. Um palco global para quem dança com o coração e improvisa com a alma.

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