• 21-11-2024

João Maia, do Piauí, cobre sua terceira edição dos Jogos Paralímpicos como fotógrafo oficial

João Maia, um fotógrafo cego brasileiro, está conquistando corações e mentes nas Paralimpíadas de Paris com seu trabalho único e inspirador. Aos 48 anos, o piauiense está cobrindo seus terceiros Jogos Paralímpicos, usando sua habilidade especial de transformar som em imagem para capturar momentos memoráveis.

O amor de João pela fotografia começou na adolescência, nos anos 90. Apesar de ter recebido o diagnóstico de uveíte bilateral aos 28 anos, que resultou em cegueira total em um dos olhos e visão reduzida no outro, ele nunca desistiu de sua paixão. Com determinação, João superou os desafios impostos pela perda da visão e continuou a perseguir seu sonho de se tornar fotógrafo.

Antes de se dedicar totalmente à fotografia, João também foi atleta. Aos 33 anos, já com a visão comprometida, ele se tornou corredor e teve sucesso em competições. Foi nesse período que ele entrou em contato com o Movimento Paralímpico, o que reacendeu sua paixão pela fotografia. "Foi um momento de realização. Estava fotografando e percebi que estava entre meus amigos atletas, no ambiente que eu sempre quis estar. Eu sentia que tinha potencial ali, mesmo quando parecia que fotografar estava longe do meu alcance. ‘É aqui que eu devo estar, este é meu lugar’, foi uma descoberta emocionante," disse João em entrevista à Mídia Ninja.

 

joao_maia_fotografo_cego_africanize
 

 

A história de João nos Jogos Paralímpicos começou no Rio 2016, quando conheceu a jornalista Luciane Tonon, uma amizade que resultou na oportunidade de cobrir os Jogos de Tóquio. Agora, em Paris, ele atua como embaixador da Fundação Dorina Nowill, que também patrocinou sua viagem. Sua primeira pauta foi o Goalball feminino, e as fotos já estão publicadas em seu Instagram, mostrando sua habilidade em captar a essência do esporte, mesmo com as limitações visuais.

João destacou a camaradagem entre os fotógrafos durante a cobertura dos Jogos de Paris, mencionando que, embora seu assistente anterior não tenha podido acompanhá-lo, ele sempre encontra apoio de outros profissionais para ajustar seu equipamento.

 

 

Para João Maia, a fotografia vai muito além de capturar imagens. Sua missão é levantar a bandeira da inclusão e do respeito, mostrando a importância do esporte paralímpico para todos, não apenas para os atletas com deficiência. "Quero inspirar crianças, mostrando que, assim como aqueles atletas, elas também podem alcançar seus sonhos e ser o que quiserem," afirma.

Redação Africanize

Redação do Africanize