Cultura
Exposição inédita traz itens raros da vida e obra de B.B. King ao Brasil
A exposição intitulada "B.B. King: um mundo melhor em algum lugar" chega ao MIS (Museu da Imagem e do Som) em São Paulo, trazendo uma experiência sensorial que aborda temas de segregação e inclusão.
Com curadoria de André Sturm e Cacau Ras, a mostra é a primeira no Brasil a ser inteiramente dedicada a B.B. King. Ela conta com a consultoria de Chris Flannery, o planejamento do Atelier Marko Brajovic, responsável pelo projeto expográfico, e a pesquisa e textos de Gabriela Antero.
A exposição apresentará diversos itens históricos que retratam diferentes fases da vida do artista. Entre os destaques estão imagens raras do acervo do B.B. King Museum, que mostram desde a juventude de Riley Ben King aos 23 anos, segurando seu icônico violão Gibson L48, até seu retrato exibindo o prêmio de Melhor Álbum de Blues Tradicional na 42ª Cerimônia do Grammy, em 2000.
Além disso, os visitantes poderão apreciar as credenciais de todas as turnês realizadas por B.B. King no Brasil nos últimos 30 anos, um pin exclusivo temático distribuído pelo próprio artista aos fãs ao final dos shows, o primeiro troféu Grammy recebido pelo cantor em 1971 e a lendária guitarra Gibson Lucille, assinada por King durante sua apresentação em São Paulo em 1993.
A exposição também aborda questões de segregação e inclusão, utilizando a trajetória de vida e superação de B.B. King como uma metáfora para ilustrar os preconceitos enfrentados até os dias atuais. Paralelamente à história do músico, a mostra apresenta movimentos de luta contra a segregação ao redor do mundo, criando uma narrativa que reflete a mudança do tempo em direção a um futuro mais plural e colorido.
A experiência sensorial de “B.B. King: um mundo melhor em algum lugar” percorre épocas e fatos importantes da vida do artista. A exposição inicia com uma configuração preta e branca que simboliza a segregação e, aos poucos, se transforma em uma paleta multicolorida que celebra a diversidade e convida ao diálogo.
B.B. King, cujo nome verdadeiro era Riley Ben King, nasceu em 16 de setembro de 1925, em Berclair, Mississippi, e faleceu em 15 de maio de 2015, aos 89 anos. Sua infância nas plantações de algodão e sua consagração como um dos maiores nomes do blues estão intrinsecamente ligadas ao contexto da segregação racial nos Estados Unidos.
Conhecido como o Rei do Blues, B.B. King foi considerado o maior guitarrista do gênero em sua geração. Durante sua carreira de quase sessenta anos, ele gravou mais de cinquenta discos e deixou um legado de hits, como “Three O’Clock Blues”, “The Thrill Is Gone” e “Please Love Me”. Sua influência se estendeu a grandes astros da música, como Jimi Hendrix e Carlos Santana.
B.B. King enfrentou as adversidades impostas pela segregação e alcançou o sucesso promovendo a cultura negra. Ele recebeu diversas honrarias, incluindo a medalha presidencial, o prêmio Kennedy e quinze Grammys. Em 2008, foi inaugurado o B.B. King Museum no Mississippi, que abriga um extenso acervo sobre a vida e o legado do artista.
A exposição “B.B. King: um mundo melhor em algum lugar” é uma oportunidade única para mergulhar na vida e na música desse ícone do blues e refletir sobre as questões de segregação e inclusão que ainda permeiam nossa sociedade.