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EUA acusam Brasil de favorecer o Pix e dificultar concorrência com empresas americanas
Sistema de pagamentos brasileiro é citado em investigação comercial como prática “desleal” contra big techs dos EUA

O Pix, ferramenta de pagamentos criada pelo Banco Central do Brasil, entrou no centro de uma investigação comercial aberta pelos Estados Unidos contra o país. O sistema, que hoje é um dos principais meios de transação entre brasileiros, foi citado pelo Escritório da Representação Comercial dos EUA (USTR) como exemplo de favorecimento governamental injusto que prejudica empresas norte-americanas.
No documento oficial, o USTR afirma que o Brasil parece “engajar-se em práticas desleais em relação aos serviços de pagamento eletrônico, favorecendo plataformas desenvolvidas pelo governo em detrimento de concorrentes internacionais”.

O caso mais simbólico citado envolve o WhatsApp Pay, sistema de pagamentos do Facebook/Meta, que enfrentou barreiras regulatórias pouco após o anúncio das regras do Pix, em 2020. As diretrizes para homologação de instituições financeiras e os primeiros testes entre bancos com o Pix foram divulgadas em maio daquele ano. Em junho, o Banco Central suspendeu o funcionamento do WhatsApp Pay no Brasil, alegando preocupações com a concorrência e a segurança do sistema financeiro.
Para os EUA, o episódio reflete protecionismo digital e um ambiente regulatório que teria beneficiado o Pix ao impedir a entrada de plataformas como a da Meta no mercado local naquele momento.
O Pix, que hoje acumula milhões de transações por dia e é amplamente utilizado pela população brasileira, virou motivo de disputa diplomática em um cenário global onde tecnologia, soberania e interesses econômicos caminham lado a lado.