White Horse
Da laje ao palco: como a música preta segue reinventando gerações
Streaming, vinil e juventude periférica mostram que a herança musical é viva e coletiva

A música preta sempre encontrou caminhos para existir. Nasceu nos quintais, atravessou vielas, ganhou as lajes e nunca deixou de ser resistência e celebração. É nesse chão de cimento e céu aberto que tantas histórias começam bailes, rodas de samba, batalhas de rap, pagodes improvisados. Espaços coletivos que transformaram encontros em hinos e gestos em estilos capazes de atravessar fronteiras.
Hoje, muito do que o Brasil consome e exporta em música tem origem na periferia. Não se trata apenas de consumo, mas de criação. A juventude periférica inventa estéticas, transforma improvisos em tendências e faz do local um movimento global. O funk, por exemplo, que começou como voz marginalizada nos bailes de favela, é hoje o gênero mais ouvido do país nas plataformas digitais e já conquistou palcos internacionais.
Esse impacto aparece nos números. Em 2024, artistas brasileiros receberam mais de R$ 1,6 bilhão em royalties no Spotify, um aumento de 31% em relação ao ano anterior, de acordo com dados oficiais da plataforma. Entre esses nomes, muitos são independentes ou oriundos das periferias, mostrando que o eixo da música global está mudando de direção e reconhecendo a força de narrativas que nascem fora dos centros tradicionais.
Mas a história não se escreve só no digital. Em meio ao domínio do streaming, o vinil voltou a crescer no Brasil: em 2023, a receita do formato dobrou, alcançando R$ 11 milhões, segundo a Pro-Música. A cantora Cátia de França, que levou quase meio século para encontrar seu público, se tornou símbolo desse renascimento. Seu álbum 20 Palavras ao Redor do Sol, de 1979, ganhou reedição em vinil e hoje circula no circuito alternativo, celebrando a memória e provando que a tecnologia pode mudar, mas a essência da música permanece.
Essa ponte entre passado e presente é também uma ponte entre gerações. Há quem tenha crescido ouvindo Clementina de Jesus em vitrolas; outros marcaram a juventude com Racionais MC’s nos anos 1990; e agora, filhos e netos fazem de artistas como Ludmilla e KayBlack trilha sonora da vida online. O tempo passa, mas a herança se mantém, sempre reinventada pelos jovens que fazem do cotidiano matéria-prima de criação.

E quando a música conquista, o gesto é coletivo: erguer o copo, brindar junto, celebrar o feito. O ritual não está no líquido em si, mas no encontro. Da laje ao palco principal de um festival, a celebração segue sendo a mesma compartilhada, potente e comunitária.
Nos últimos anos, a White Horse tem ampliado sua presença em territórios culturais que são a essência do Brasil. Das ações em periferias ao apoio a projetos que conectam música, moda e celebração, a marca tem se colocado como parceira de quem faz a cultura pulsar.
Ao brindar a música preta, a White Horse reconhece a potência de uma herança que não se perde ela se reinventa todos os dias na voz e no corpo da juventude periférica.