• 06-10-2024

A atleta já estabeleceu recordes nacionais e se prepara para as Olimpíadas de Paris

Rhasidat Adeleke, a mulher irlandesa mais rápida de todos os tempos, continua a brilhar no cenário do atletismo enquanto se prepara para as Olimpíadas de Paris 2024. Aos 21 anos, a jovem nascida em Dublin já estabeleceu recordes nacionais nos 100m, 200m e 400m, tanto em provas indoor quanto outdoor. Recentemente, ela alcançou um marco significativo ao vencer seu primeiro encontro na Diamond League, em Mônaco.  

Competindo nos 400m, a disciplina na qual disputará na Olimpíada de Paris, Adeleke registrou o quarto melhor tempo do ano, 49,07 segundos, também sua melhor marca pessoal. Apenas três atletas – Nickisha Pryce, Sydney McLaughlin-Levrone e Natalia Kaczmarek – correram abaixo dos 49 segundos em 2024, colocando Adeleke como uma forte candidata ao pódio na final dos 400m, que acontecerá em 9 de agosto no estádio Stade de France.  

" Eu corro porque amo a emoção, sinto muita alegria ao ver meu progresso. Pensando no verão de 2024, estou bem focada, isso definitivamente me deixa animada ", disse Adeleke ao Life Style Sports. " Quando os Jogos chegarem, terei feito todo o trabalho, e é hora de mostrar ao mundo no que estou trabalhando "    
 

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Adeleke está atingindo o auge no momento certo, tendo conquistado a prata no Campeonato Europeu, atrás da polonesa Kaczmarek, ao registrar seu melhor desempenho pessoal em junho. Seu tempo de 49,07 foi mais de um segundo mais rápido que os 50,13 registrados na final do Campeonato Mundial de Atletismo de 2023, demonstrando rápido progresso em menos de 12 meses.  

Status de lenda irlandesa negado  

A velocista teve status de lenda irlandesa negado no país, por conta do ódio extremista. Entre os ataques, afirmam que a atleta “ não é digna de receber o título por conta da origem africana” , embora tenha nascido em Dublin. Filha de nigerianos, Adelke se tornou um fênomeno no esporte aos 14 anos, ao vencer dobradinha júnior de velocidade no campeonato escolar irlandês pelo Presentation College. 

 

  

Na internet, a atleta também sofre ataques de racismo – o que impactou na saúde mental dela.  

"A cho que essa é provavelmente a maior dor que já vi ela sentir ", disse Edrick Floreal, seu treinador na Universidade do Texas. " Ela estava realmente em um lugar escuro quando leu essas coisas na internet. Ela nunca chora, então quando chora é tipo, 'Oh meu Deus', isso a incomodou mais do que eu jamais imaginei e eu simplesmente a deixei lidar com isso. "    
 

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Esses ataques ocorreram após o Campeonato Europeu, onde Adeleke também ganhou ouro no revezamento misto 4x400m e prata no revezamento 4x400m, motivando uma resposta de apoio do Taoiseach Simon Harris.   

Danilo Castro

Jornalista carioca, DJ e comunicador apaixonado por música. Ama a cultura pop negra tanto quanto comer frutos do mar.