África
Congo e Ruanda vão assinar acordo de paz histórico em Washington
Após décadas de conflito, países africanos chegam a um consenso para encerrar confrontos no leste congolês e desmobilizar grupos armados

Congo e Ruanda anunciaram que assinarão um acordo de paz no dia 27 de junho, em Washington, com o apoio do Departamento de Estado dos EUA. O tratado busca encerrar os violentos confrontos no leste da República Democrática do Congo, região marcada por conflitos territoriais e disputas por recursos minerais.
De acordo com especialistas da ONU, o grupo rebelde M23, um dos protagonistas do conflito, é apoiado por cerca de 4 mil soldados ruandeses, acusação negada por Kigali, mas central no histórico de tensões entre os países.
O conflito ganhou nova proporção em 2024, quando o M23 tomou as cidades de Goma e Bukavu. O novo acordo prevê respeito à integridade territorial, fim das hostilidades, desarmamento dos grupos rebeldes e possível reintegração condicionada de combatentes não-estatais.
Essa não é a primeira tentativa de reconciliação entre os países. Iniciativas anteriores, inclusive sob mediação do Catar, fracassaram. Agora, no entanto, a pressão internacional e o agravamento da crise humanitária, que já deslocou mais de 7 milhões de pessoas.
O leste do Congo, rico em minerais como cobalto e coltan, concentra a atuação de mais de 100 grupos armados. Além das disputas locais, o território é alvo de interesses geopolíticos e econômicos de potências globais, o que torna o processo de pacificação ainda mais complexo.
A assinatura do acordo será acompanhada por autoridades internacionais e é vista como uma janela de esperança para milhões de civis afetados pela violência.