África
China promete eliminar tarifas para 53 países africanos em novo acordo econômico
Medida inclui nações de renda média como Nigéria e África do Sul e pode impulsionar exportações para o mercado chinês, segundo a agência Reuters

A China anunciou que negociará e assinará um novo pacto econômico com 53 países africanos com os quais mantém relações diplomáticas, eliminando todas as tarifas sobre produtos importados desses países. A informação foi divulgada na segunda-feira (24) pelo Ministério das Relações Exteriores da China e confirmada pela agência Reuters.
A medida, apresentada durante uma reunião de autoridades chinesas com ministros das Relações Exteriores africanos em Changsha, busca ampliar o acesso de produtos africanos ao mercado chinês e igualar as condições comerciais entre países de diferentes níveis econômicos. Até então, o acesso livre de tarifas era restrito a países considerados menos desenvolvidos, como Mali e Tanzânia.
Com a nova política, nações de renda média, como Nigéria, África do Sul, Quênia, Egito e Marrocos, também poderão exportar sem pagar impostos de importação.
“A China está pronta para receber produtos de qualidade da África no mercado chinês”, afirmou o governo chinês em nota oficial. Ainda segundo a Reuters, a China se comprometeu a adotar medidas adicionais de apoio para os países menos desenvolvidos, como treinamentos técnicos e promoção de marketing, a fim de reduzir desigualdades em relação às nações africanas mais industrializadas.

A fundadora da consultoria Development Reimagined, Hannah Ryder, destacou que essa abertura pode impulsionar a entrada de produtos com maior valor agregado no mercado asiático, fortalecendo as economias africanas. “Isso permite que países como África do Sul e Egito entrem no mercado chinês sem pagar impostos”, afirmou.
Embora o comércio entre China e África tenha crescido, o superávit comercial ainda favorece os chineses, que registraram um excedente de US$ 62 bilhões em 2023. Para Ryder, a nova medida pode contribuir para equilibrar essa balança, desde que os países africanos aumentem sua capacidade de exportação.
Durante a cúpula realizada no ano passado, o governo chinês também prometeu 360 bilhões de yuans (cerca de US$ 50 bilhões) em linhas de crédito e investimentos para países africanos, ao longo de três anos.